Redação Publicado em 02/11/2022, às 09h00
“Doutor, a masturbação pode cortar o efeito da pílula do dia seguinte?”
Não, uma coisa não tem nenhuma relação com a outra. A pílula do dia seguinte é uma pílula hormonal com doses mais elevadas e que deve ser usada em situações de emergência, quando os outros métodos de prevenção à gravidez falham.
O que eventualmente pode cortar o efeito da pílula do dia seguinte é a mulher vomitar logo depois da ingestão do comprimido porque, nesse caso, os hormônios não serão absorvidos pelo organismo a tempo. Tirando isso, não tem nenhum tipo de risco da masturbação afetar a eficácia desse método.
A pílula do dia seguinte tem como base o hormônio levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética que, em doses altas, inibe ou adia a ovulação. Ela pode atuar de duas formas, dependendo da fase do ciclo menstrual em que a mulher se encontra ao utilizá-la:
Confira:
Para evitar uma possível gravidez, a pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível (apesar do nome, não é preciso esperar o dia seguinte). É que sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo.
Assim, o ideal é que ela seja consumida nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual – período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas após a relação. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.
A pílula do dia seguinte é um método de emergência para evitar uma gravidez indesejada em casos de esquecimento ou falha do método contraceptivo convencional. É um recurso importante para situações em que a camisinha estourou, a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional, fez sexo desprotegido ou mesmo em casos de violência sexual.
Entretanto, seu uso deve ser exceção e nunca regra. A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar efeitos colaterais, como irregularidade menstrual.
O recomendado é que a pílula seja usada apenas uma ou duas vezes no ano, no máximo. Se tomada mensalmente, ela aumenta o risco de problemas, trazendo uma chance mais alta de câncer – se a mulher já tiver essa predisposição –, ou risco maior de trombose.