Você sabe o que é perimenopausa? É uma fase de transição vivenciada entre a idade fértil e a menopausa, ou seja, a interrupção completa da menstruação. Esse período pode durar de quatro a oito anos, segundo a Sociedade Norte-Americana para estudo da Menopausa (Nams, na sigla em inglês). E pode trazer sintomas leves, moderados ou intensos, o que varia para cada pessoa.
Irregularidade menstrual é uma das queixas mais comuns desse período de transição, e ocorre porque a ovulação se torna irregular. Conforme há uma redução gradual nos níveis de estrogênio e progesterona, os ciclos menstruais podem ficar mais curtos ou mais longos, ou irregulares.
Mas é importante lembrar que, enquanto a menopausa não for confirmada, o que só acontece após 12 meses sem menstruar, existe risco de ovulação e, portanto, risco de gravidez. Assim, é importante conversar com o ginecologista sobre métodos contraceptivos. Vale lembrar que hoje existem produtos hormonais que podem auxiliar as mulheres também nessa fase, desde que não haja contraindicações, e ainda contribuir para o controle de algumas queixas comuns nesse período.
Eles podem variar muito para cada pessoa, e também em intensidade e duração. Veja alguns dos mais comuns:
Não existe um exame capaz de indicar que uma mulher está na perimenopausa. Por isso não é fácil fazer esse diagnóstico. Em geral, isso é feito com análise do histórico médico, idade e um exame físico. Em alguns casos, o médico pode pedir alguns exames de sangue para medir níveis hormonais e descartar outras causas.
Dependendo dos sintomas e do impacto que eles causam na vida da pessoa, é possível a indicação de terapia hormonal, com estrogênio e progestágenos, e/ou outros medicamentos, como antidepressivos.
Mudanças no estilo de vida também são bem-vindas e, muitas vezes, necessárias, como a adoção de uma dieta mais saudável, prática regular de exercícios físicos e uso de suplementos alimentares, quando alguma deficiência de vitaminas ou minerais é identificada. Para quem sofre de ondas de calor, é recomendável prestar atenção em possíveis gatilhos, como consumo de café ou álcool, e evitá-los, bem como praticar a higiene do sono e dormir em ambientes ventilados para lidar melhor com eventuais suores noturnos.
Dr. Jairo Bouer
Médico psiquiatra com formação na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), biólogo pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e mestre em evolução humana e comportamento pela University College London, além de palestrante e escritor. Twitter: @JairoBouerDr