Redação Publicado em 04/11/2021, às 09h00
“Doutor, tenho TOC e não consigo parar de pensar que estou com Covid-19, mesmo mal saindo de casa. O que eu posso fazer?”
Essa é uma pergunta super importante. Sabemos que, com a chegada da pandemia, muita gente ficou mais preocupada com a possibilidade de se infectar mesmo tomando todos os cuidados: ficando em casa, respeitando o isolamento e o distanciamento social, usando máscara ao sair na rua, não aglomerando e não frequentando lugares fechados com outras pessoas.
Essa preocupação pode ser ainda mais grave em pessoas que sofrem com o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Nesses casos, a possibilidade de infecção se torna uma obsessão, ou seja, um pensamento que não sai da cabeça e, para tentar aliviar essa ansiedade, a pessoa pode adotar comportamentos repetitivos (compulsivos), como lavar as mãos sem parar.
O mais importante é ter consciência de que fazendo tudo “certinho”, as chances de uma pessoa se infectar com a Covid-19 são pequenas. Além disso, se perceber que o TOC está atrapalhando a sua relação com a questão do coronavírus, seria interessante conversar com um médico ou psiquiatra para avaliar a situação e o tratamento da condição.
Confira:
O tratamento do TOC é realizado em diversos níveis, de acordo com a gravidade, através da terapia cognitiva comportamental (TCC) e/ou de medicamentos que controlam os sintomas. A TCC é um tipo de psicoterapia que ensina maneiras de pensar, comportar-se e reagir diante das compulsões e obsessões, auxiliando com a ansiedade que essas situações podem provocar.
Já o tratamento medicamentoso é feito com certos tipos de antidepressivos e, nos quadros mais graves, em que não há melhora com remédios, há ainda a possibilidade de uma neurocirurgia.
Vale lembrar que o TOC é tratável e o resultado traz grande melhora na qualidade de vida. Grande parte das pessoas demora a procurar ajuda e, por ser uma doença crônica, isso acaba provocando um sofrimento prolongado.
A melhor maneira de auxiliar pessoas diagnosticadas com TOC é incentivando-as a buscarem informações, além de ter atenção a alguém próximo que possa apresentar sintomas, orientando esta pessoa a procurar associações e ajuda de profissionais.