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Usar azeite como lubrificante: pode ou não pode?

Até mulheres que não sofrem com ressecamento vaginal podem ter mais prazer com o uso do lubrificante - iStock
Até mulheres que não sofrem com ressecamento vaginal podem ter mais prazer com o uso do lubrificante - iStock

Redação Publicado em 07/06/2022, às 09h00

“Doutor, posso usar óleo de cozinha ou azeite para facilitar a penetração?”

Não, essa não é uma boa ideia. Tanto o óleo de cozinha como o azeite, além de cosméticos oleosos e outros tipos de produtos desse gênero, não são indicados.

Isso porque, caso o casal esteja usando camisinha – o que é altamente recomendado em todas as relações sexuais –, essas substâncias oleosas podem danificar a borracha (látex) dos preservativos, aumentando o risco deles se romperem. 

Outro ponto importante é que essas substâncias, eventualmente, podem provocar alergia no pênis ou na vagina. Portanto, o mais correto é utilizar os lubrificantes à base de água, que podem ser encontrados facilmente nas farmácias, em geral, próximos às camisinhas. 

Confira:

Mitos sobre os lubrificantes 

A utilização de produtos oleosos, como o azeite, como lubrificante na hora da relação sexual é um dos mitos que surgem quando o assunto é lubrificante íntimo. Por isso, trouxemos alguns outros equívocos comuns que precisam ser derrubados:

1. Só algumas pessoas precisam de lubrificante na hora do sexo.

No sexo anal, o produto é indispensável porque a região não conta com lubrificação natural. Porém, qualquer relação sexual com penetração, inclusive vaginal, pode causar microfissuras nas mucosas por causa do atrito, mesmo que a pessoa esteja excitada. Essas lesões imperceptíveis podem aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e até de cistites ou de infecções urinárias. Assim, o lubrificante íntimo traz proteção extra para homens e mulheres de qualquer idade.

2. Lubrificante íntimo serve só para quem sofre com ressecamento vaginal.

Nada disso. Mesmo quem não tem problema algum pode se excitar mais com uma lubrificação extra, inclusive durante as preliminares e no uso de brinquedos sexuais. Um estudo feito pela Universidade de Indiana, nos EUA, com 2.453 mulheres de 18 a 68 anos de idade mostrou que, em mais de 70% das ocasiões, elas julgaram que o produto trouxe mais prazer. E não só no sexo como também na masturbação. 

3. No período menstrual o lubrificante não é necessário. 

O sangue menstrual não é lubrificante, muito pelo contrário. Por isso, durante a menstruação, a probabilidade de agressão à mucosa vaginal durante as relações aumenta. Vale lembrar que os lubrificantes íntimos também podem ser importantes aliados na colocação de tampões, discos ou copos menstruais, esses últimos uma tendência em alta.

4. A lubrificação natural se altera apenas no climatério.

Isso também é um mito. Algumas pessoas podem sentir incômodo pelo ressecamento vaginal não só com perto da menopausa ou depois dela, mas também logo após o parto, na amamentação, e durante tratamentos como o do câncer de mama e de acne (com uso de isotretinoína, que resseca a pele e as mucosas), entre outras condições. Até mesmo alguns tipos de anticoncepcionais hormonais podem afetar a lubrificação em certas usuárias.

5. Precisar do lubrificante significa que o estímulo não foi suficiente.

Esse é um dos mitos mais comuns! A resposta sexual feminina é diferente da masculina e uma mulher pode ter períodos de maior ou menor lubrificação durante a mesma relaçãosexual. Se em determinado momento ela sentir algum desconforto, isso não significa que a parceria não foi capaz de excitá-la o suficiente. Alguns homens ou mulheres podem ficar sem graça de trazer o produto para a cama por causa disso, mas não há nada que um pouco de intimidade não resolva. Para muita gente, o uso do lubrificante até funciona como uma brincadeira sexual.