Redação Publicado em 06/08/2022, às 12h00
“Doutor, tive uma relação desprotegida, tomei pílula do dia seguinte uma hora após a relação. Oito dias depois a minha menstruação desceu e durou três dias com pouco fluxo. Já fiz três testes de gravidez, todos negativos, e o último fiz 18 dias após a relação desprotegida. Posso ficar tranquila?”
Apesar da relação desprotegida, a mulher tomou a pílula do dia seguinte uma hora depois, ou seja, dentro do período recomendado para garantir sua eficácia. Além disso, o sangue menstrual após alguns dias indica que o efeito dela também aconteceu. Isso porque a pílula causa um pico de hormônio e, quando esses níveis caem, há uma descamação das paredes do útero, evitando a implantação do óvulo fecundado e provocando o sangramento.
Depois de tudo isso, a mulher ainda fez testes de gravidez que deram todos negativos. Portanto, ela está segura e não corre risco de gestação. De qualquer forma, vale lembrar sobre a importância de utilizar métodos preventivos, como o preservativo ou a pílula anticoncepcional de uso regular, para evitar surpresas.
Confira:
A pílula do dia seguinte é um método de emergência para evitar uma gravidez indesejada em casos de esquecimento ou de falha do método contraceptivo convencional. É um recurso importante para situações em que a camisinha estourou, a mulher esqueceu de tomar o anticoncepcional, fez sexo desprotegido ou mesmo em casos de violência sexual.
Entretanto, seu uso deve ser exceção e nunca regra. A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar efeitos colaterais, como irregularidade menstrual.
O recomendado é que a pílula seja usada apenas uma ou duas vezes no ano, no máximo. Se tomada mensalmente, ela aumenta o risco de problemas, trazendo uma chance mais alta de câncer, se a mulher já tiver essa predisposição, ou risco maior de trombose.
O risco de engravidar ao se tomar corretamente a pílula do dia seguinte é muito pequeno. Mas o método não apresenta 100% de eficácia e quanto mais a mulher demorar para tomar o medicamento, menos eficaz ele será.
O ideal é tomá-la nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual – período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou três dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante.
