A Doença de Alzheimer em animação: confira o curta-metragem Memo

Animação retrata de maneira objetiva e sensível a história de uma pessoa idosa com a condição

Sabrina Aparecida da Silva e Thais Bento Lima da Silva* Publicado em 29/09/2022, às 11h00

Cena do curta-metragem Memo, que relata a rotina de Louis, um aposentado diagnosticado com alzheimer - Reprodução/YouTube

As animações fazem parte de um gênero cinematográfico muito popular presente na nossa sociedade que trazem reflexões importantes para o público de todas as idades, como é o caso do curta metragem MEMO, uma animação que retrata de maneira objetiva e sensível a história de uma pessoa idosa sendo acometida pela Doença de Alzheimer (DA).

O curta produzido em 2017 pela escola de animação Gobelins relata a rotina de Louis, um aposentado diagnosticado com DA. Apesar da doença, ele tenta manter sua independência se esforçando para continuar a sua vida sem a ajuda da filha e, ao mesmo tempo, conta a história dela, que preocupada com o pai, tenta facilitar-lhe a vida espalhando cartões pela casa que o ajudem no desempenho das suas atividades diárias.

A Doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa irreversível e progressiva que provoca perdas cognitivas (perdas de memória, orientação espacial e temporal, linguagem, capacidade de raciocínio, concentração, entre outras), consequentemente afetando a maneira como a pessoa vive e se relaciona.

 Com a evolução do quadro da doença, ocorrem impactos significativos no cotidiano da pessoa idosa, dos familiares e cuidadores. Os déficits que se desenvolvem com o avanço da enfermidade levam o indivíduo ao esquecimento de executar tarefas rotineiras, como se vestir adequadamente,e até mesmo, comer.

Nesse sentido, ter uma rede de apoio é de suma importância. Estudos destacam que em relação ao suporte nos momentos de dificuldade, a constituição familiar é colocada como a principal rede. Sendo assim é importante que os parentes e cuidadores pesquisem informações sobre a doença, formas de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos além de procurar apoio em entidades especializadas, como a Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer).

É importante destacar que a Doença de Alzheimer impacta não só o paciente como todos ao seu redor. Por isso é necessário manter o bem-estar físico e psicológico da família e não delegar os cuidados somente a um membro. O papel do cuidador é essencial na vida diária dos pacientes com DA, que posteriormente irá se envolver em praticamente todos os aspectos do cuidado, desempenhando funções de grande responsabilidade, pois com o avanço da doença, ele irá gerir as finanças, medicamentos, tarefas de higiene pessoal e alimentação, em muitos casos podendo desenvolver uma sobrecarga emocional. Na animação, a filha do Sr. Louis é quem se dedica à função do cuidado do pai e propõe estratégias para auxiliar no processo de enfrentamento da DA.

Adotar procedimentos para lidar com indivíduos que desenvolveram a Doença de Alzheimer ajuda na promoção de bem-estar e maior qualidade de vida do cuidador e do paciente. Veja a seguir as principais estratégias para manter a funcionalidade da pessoa idosa:

Lembre-se: o diagnóstico de demência não anula as outras competências do indivíduo, devemos respeitar e valorizar suas particularidades.

 

Assista à animação em: MEMO | Animation Short Film 2017 - GOBELINS

 

*Assinam este artigo:

Sabrina Aparecida da Silva

Estudante da graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Monitora da oficina USP60+: “Estimulação cognitiva para idosos com ênfase em memória”.  Atuou também como monitora na oficina: “Plataforma Supera online: a estimulação cognitiva para a promoção do envelhecimento ativo”. Integrante do grupo de pesquisa de indicadores de vacinação em idosos 80+ com comorbidades (PIVIC80+). Articulista do Portal Trevoo.

Profa. Dra. Thais Bento Lima da Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera. Articulista do Portal Trevoo.

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