Josiane dos Santos Cozac* Publicado em 22/09/2021, às 20h43
Há sete anos, o Conselho Federal de Medicina, associado à Associação Brasileira de Psiquiatria, desenvolve a campanha nacional de combate ao suicídio. Ela ocorre durante o ano inteiro, mas no dia 10 de setembro é celebrado mundialmente o “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”.
O suicídio é um fenômeno multifatorial que pode ser resultado de uma complexa interação de agentes psicológicos, sociais, culturais, ambientais e políticos, portanto, não é um tema exclusivo da saúde mental.
O ato em si é individual e está amplamente relacionado com um sofrimento intenso em relação à vida e o modo de viver, de forma que não existe uma causa única para sua ocorrência.
A situação principal de ameaça que pode aumentar o risco de suicídio, particularmente nos idosos, é a depressão não diagnosticada ou não tratada corretamente.
Uma das principais contribuições da campanha do Setembro Amarelo é a de promover o debate sobre tudo o que atravessa esse sofrimento vivenciado por pessoas de todo o mundo.
Na maioria das vezes, é comum pensar em Prevenção do Suicídio e imediatamente relacionar com Políticas de Promoção de Saúde Mental. Contudo, elas não são suficientes. A Prevenção do Suicídio precisa passar por planejamento de Políticas Públicas visando a dignidade de vida.
Prevenção não é somente a escuta, é importante contemplar diversas ações olhando para o contexto de vida: como os idosos estão vivendo? Onde moram? Com quem? De que forma são tratados? Como é a sua alimentação? Eles têm amparo mínimo de vida? Condição de dignidade? Como são vistos de uma forma geral?
Se você conhece alguém que apresenta sinais de tristeza aguda ou até mesmo um quadro de depressão mais avançado, procure orientá-lo a buscar ajuda profissional. Na contramão de alguns preconceitos sociais, fazer terapia ou buscar um médico especializado nos momentos de sofrimento não é sinal de fragilidade, mas de força interior e desejo de superação.
A campanha Setembro Amarelo reforça a importância de se procurar ajuda profissional quando surgem os primeiros sintomas de depressão, angústia, melancolia e isolamento social.
Essa é a melhor forma de ajudar quem está em sofrimento profundo a não perder a esperança e força no seu maior bem: a vida.
Sobre o autor:
*Josiane dos Santos Cozac
CRP 06/138990
Mestranda em Psicologia Social pela USP
Psicóloga formada pela Universidade Paulista, com experiência em Psicogerontologia, Biofeedback e Neurofeedback.
Atua na área, além de realizar atendimento clínico individual e familiar.