Redação Publicado em 03/12/2018, às 18h27
Quem diz que prefere sexo casual a relacionamentos estáveis costuma ser taxado de frio ou pouco dado a manifestações de romantismo. Mas será que o estereótipo faz sentido? Segundo uma pesquisa, nem sempre: muitos adeptos do sexo sem compromisso também gostam de preliminares, de “olhos nos olhos” e até de dormir abraçado.
O trabalho foi conduzido por uma equipe interdisciplinar do Instituto Kinsey, nos EUA, que é referência em estudos sobre sexualidade, e das universidades Binghamton e de Indiana. Mais de 639 estudantes de 18 a 25 anos participaram do levantamento, com questionários sobre preferências de relacionamento e comportamentos praticados e/ou apreciados nas relações sexuais.
Embora as manifestações de afeto tenham sido desejadas e esperadas com frequência mais alta nos relacionamentos mais longos do que nos encontros de sexo casual, muitos entrevistados – homens e mulheres – também relataram esse tipo de comportamento ao ir para a cama com alguém sem compromisso nenhum.
A busca por intimidade foi ainda mais pronunciada entre os participantes que admitiram preferir o sexo casual a relações estáveis. Eles foram uma vez e meia mais propensos a dormir a noite toda e “de conchinha” com o(a) parceiro(a), e quase cinco vezes mais propensos a se envolver em preliminares.
Para os pesquisadores, as demonstrações de afeto no sexo casual é mais comum do que eles próprios esperavam, o que mostra que muitos dos conceitos da sociedade e até de estudiosos do tema estão equivocados.
A conclusão, publicada no periódico Journal of Relationships Research, é que intimidade é algo valorizado e buscado pela maioria das pessoas, inclusive aquelas que não são chegadas a compromisso.
O que a equipe já esperava, e realmente se concretizou, é que as mulheres demonstraram maior tendência a se envolver em comportamentos afetuosos do que os homens, tanto nos relacionamentos estáveis quanto nos encontros casuais. Mas eles não ficaram muito atrás delas, segundo os autores.
Outros estudos já mostraram que as mulheres também são mais propensas a se arrepender do sexo casual, no dia seguinte, do que os homens. Um trabalho recente, feito por pesquisadores do Instituto de Neurociências de Melbourne, na Austrália, consultou homens e mulheres nos EUA e na Noruega sobre o assunto e descobriu que mesmo nesse último país, famoso por ser pouco machista, elas relataram ter sentido nojo com maior frequência do que os homens.
É possível que, ainda que instintivamente, mulheres ainda busquem parceiros que demonstrem condições de participar da criação dos filhos. Mas também pode ser apenas uma influência da cultura sobre as emoções femininas. Só o tempo, e mais estudos do tipo, podem dizer.