Victor Rodrigues Publicado em 22/01/2021, às 17h50
Sou estudante de enfermagem, formado em comunicação social, e milito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde os 16 anos de idade. Comecei minha vida na área da saúde ainda na adolescência, quando decidi fazer, concomitantemente ao ensino médio, o curso de técnico de enfermagem.
Porém, pode-se dizer que essa entrada no mundo da saúde iniciou-se ainda quando criança, graças à minha avó materna que sempre exerceu a função de auxiliar de enfermagem na rede pública estadual.
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O tempo foi passando e decidi entrar na administração pública, para, além de auxiliar nas questões assistenciais, diminuir o vácuo de informações entre a população e os serviços de saúde. Minha ferramenta? A comunicação. Explicar questões básicas, como para que serve uma UBS, como funciona o Samu e qual a diferença entre urgência e emergência podem ajudar as pessoas a ficarem mais atentas para a importância do SUS na nossa vida. Acredito que a informação pode ajudar no desenvolvimento de uma sociedade mais justa, e isso inclui acesso a um serviço de saúde de qualidade e para todos e todas.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 72% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS, dos serviços mais básicos aos mais complexos. Ele está em tudo, do pré-natal à vacinação, da emergência aos cuidados paliativos, da castração dos pets à fiscalização de comércios. É o maior sistema de saúde do mundo.
Nesta semana foram aplicadas as primeiras vacinas contra a Covid-19 no Brasil, então nada mais justo que falar, nesta minha primeira coluna no site Doutor Jairo, sobre a importância do SUS para a imunização dos brasileiros.
Levando-se em conta a quantidade de municípios e a proporção geográfica, apenas um país com um sistema público, gratuito e universal pode garantir que todos sejam vacinados.
O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, criado em 1973, disponibiliza mais de 300 milhões de doses de vacinas por ano para os estados e municípios, atendendo crianças, adolescentes, gestantes, trabalhadores, idosos, populações indígenas e quilombolas. Atualmente, às metas vacinais do PNI são de 90 à 95% de público-alvo, e com a vacina contra a Covid-19 não deve ser diferente.
Para que essa ambiciosa meta seja atingida também no combate à doença provocada pelo novo coronavírus, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) também terão um papel fundamental, uma vez que vão promover a conscientização e funcionam como porta de entrada para toda e qualquer campanha.
Nesta pandemia, e num país com tal desigualdade social como o Brasil, seria inimaginável um plano de vacinação amplo e rápido sem um serviço público de saúde. A mercantilização das vacinas é inaceitável, pois restringe a promoção da saúde de grande parte da população.O SUS não só tem capacidade para realizar a vacinação em massa contra a Covid-19, como nós ajudará a dar esse grito de liberdade que tanto queremos.
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