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Vai fazer vestibular? Veja 6 dicas para lidar melhor com a ansiedade

A ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras e afetar a qualidade de vida - iStock
A ansiedade pode se manifestar de diferentes maneiras e afetar a qualidade de vida - iStock

Ser aprovado na faculdade ou em um curso técnico é como um ritual de passagem para muitos estudantes, simbolizando a entrada para o "mundo adulto". Mas esse processo pode resultar em vários momentos de estresse e de ansiedade.

Ainda que a família não cobre o vestibulando, é natural que o próprio jovem fique ansioso antes de fazer uma prova que pode ser decisiva para o seu futuro. São meses de estudos com foco nesta fase - e não passar pelo processo seletivo significa enfrentar tudo de novo no ano que vem.

Ansiedade pré-vestibular

Alguns trabalhos dão uma ideia do peso do vestibular para a saúde emocional dos adolescentes. Um deles, realizado com 1.046 candidatos de Porto Alegre (RS) mostrou que mais da metade dos jovens, ou 56,3% da amostra, tinha sintomas de ansiedade.

Do total, 23,5% dos vestibulandos apresentaram ansiedade moderada ou grave, sendo que as garotas apresentaram níveis mais elevados que os garotos. Segundo os resultados, publicados na Revista de Psiquiatria Clínica, as principais queixas relatadas pelos candidatos foram:

  • Nervosismo;
  • Medo de que o pior aconteça;
  • Incapacidade de relaxar;
  • Sensação de calor;
  • Indigestão.

Quando a ansiedade deixa de ser "normal"?

Para a maioria das pessoas, os sentimentos de ansiedade vêm e vão. A ansiedade “normal” está proporcionalmente relacionada a uma situação ou a um problema específico e dura apenas enquanto essa situação  durar. Por exemplo, é completamente normal sentir-se ansioso para falar na frente de um grande grupo de pessoas ou cumprir um prazo importante.

Porém, existem casos que envolvem muito mais do que uma simples preocupação temporária. Nesses casos, as sensações de angústia, de preocupação e de medo provocadas pela ansiedade podem não desaparecer tão rápido, além de piorarem com o tempo, interferindo diretamente na qualidade de vida. Quando isso acontece, o indivíduo é diagnosticado com um transtorno de ansiedade.

Os transtornos de ansiedade são muito comuns. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 264 milhões de pessoas sofrem com essa condição, capaz de interferir nas atividades cotidianas, no desempenho do trabalho, na escola e nos relacionamentos.

Confira:

Como lidar com a ansiedade pré-vestibular?

Aqui vão algumas dicas para lidar melhor com a ansiedade, o estresse, a irritação e a angústia que podem surgir por causa das provas:

  1. Relativize: em primeiro lugar, lembre-se que nada na vida é definitivo. Não passar nesta ou naquela prova não significa que você não será capaz de entrar num curso superior no futuro, nem que você não será bem-sucedido profissionalmente;
  2. Respire:exercícios respiratórios têm benefícios comprovados para crises de ansiedade e tensão. A dica é você inspirar profundamente, até sentir o abdômen se expandir, esperar alguns instantes e depois soltar o ar aos poucos, pela boca. A dica vale, inclusive, se bater o famoso "branco" na hora da prova;
  3. Movimente-se: a atividade física é um remédio natural contra a ansiedade, já que faz o corpo liberar hormônios que geram bem-estar e que melhoram a oxigenação do cérebro. Segundo estudos, malhar até ajuda a afastar aqueles pensamentos negativos que rondam a nossa cabeça quando estamos nervosos. Escolha o que você mais gosta de fazer, e saiba que até subir escadas ou fazer uma caminhada rápida pode fazer diferença;
  4. Durma sem culpa: uma boa noite de sono é fundamental para a consolidação da memória e também contribui para o alívio da ansiedade (ainda que você sonhe com a prova). Para ter um descanso de qualidade, desligue os eletrônicos no mínimo uma hora antes da hora de dormir, tome um banho morno, mantenha o quarto escuro e arejado e deixe o celular desligado e fora do alcance. Ah, e nem pense em estudar até altas horas antes do dia da prova!;
  5. Converse: desabafar e trocar ideias com pessoas que estejam ou já estiveram na mesma situação que você é muito importante. Isso ajuda a colocar as coisas em perspectiva. Não tente evitar o assunto: pelo contrário, aproveite o papo para tirar alguma dúvida ou discutir algum tema da atualidade;
  6. Dialogue com suas emoções: se conversar com os colegas é positivo, comparações não ajudam em nada. Vários estudos têm mostrado que o perfeccionismo dos jovens aumentou nos últimos anos, e as redes sociais são apontadas como prováveis vilãs da história. Elas fazem a gente se comparar o tempo todo, de forma automática, mas é preciso ter consciência desse processo e desfazer a armadilha. Toda vez que bater uma sensação de que o outro está numa situação melhor que você, dialogue consigo mesmo. Lembre-se que todo mundo tem talentos e dificuldades.

Um pouco de estresse pode até servir de estímulo para focar nos estudos. Mas, em alguns casos, a tensão é tanta que a pessoa fica paralisada. Se você, ou até alguém que convive com você, achar que os sintomas estão muito intensos, não deixe de buscar ajuda de um profissional de saúde mental

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Milena Alvarez

Milena Alvarez

Caiçara e jornalista de saúde há quatro anos. Tem interesse por assuntos relacionados a comportamento, saúde mental, saúde da mulher e maternidade. @milenaralvarez