Burnout materno: saiba o que é e quais são os principais sintomas

A chegada da maternidade traz ainda mais responsabilidades para a vida da mulher e pode gerar um estresse crônico

Redação Publicado em 20/04/2022, às 14h00

Entre os sintomas do burnout materno estão exaustão, maior irritabilidade e sentimento de culpa constante - iStock

A maternidade é um universo cheio de desafios e a sua chegada traz ainda mais responsabilidades para a vida de quem se torna mãe. A pressão para “dar conta de tudo” pode ser tanta que a mulher acaba desenvolvendo um quadro de estresse crônico: mommy burnout ou burnout materno. 

Mas, antes de tudo, o que é burnout?

O termo burnout foi cunhado pelo psicólogo Herbert Freudenberger na década de 1970 para descrever uma condição de estresse que leva a uma exaustão física, mental e emocional severa. Ele tem origem na expressão em inglês, que significa “queimar até se reduzir a cinzas” e é utilizado para fazer referência ao estado de esgotamento provocado pelo trabalho.

A síndrome de burnout, como é conhecida, possui três dimensões:

  1. Sentimento de exaustão ou esgotamento da energia: o cansaço persiste mesmo após alguns dias de folga; 
  2. Falta de identificação com o trabalho ou sentimentos de negativismo e desmotivação relacionados ao emprego
  3. Redução do desempenho profissional: a pessoa se sente mal em relação às tarefas que realiza e a produtividade cai.

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), burnout afeta 30% dos trabalhadores brasileiros ou cerca de 30 milhões de pessoas. Entre os fatores de risco estão a pressão do tempo (policiais e bombeiros), a falta de comunicação e suporte pelo empregador, tratamento injusto e carga excessiva de trabalho. 

Desde janeiro de 2022, o burnout é considerado uma doença de trabalho pela nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).  Segundo as palavras do texto, a condição é definida como um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. 

Na classificação anterior, burnout era considerado um problema de saúde mental ou uma condição psiquiátrica. A mudança de definição é um passo significativo e pode ajudar a remover o estigma que envolve o burnout, chamando atenção para o quão recorrente é essa condição e para a importância de oferecer apoio a quem sofre com ela.  

O que é o burnout materno?

O termo burnout também pode ser utilizado em outras situações, como é o caso da maternidade. O chamado burnout materno afeta mulheres que são mães, especialmente as que têm filhos muito pequenos, desde o nascimento até os filhos completarem três ou quatro anos de idade.  

Confira:

Além das questões profissionais e as tarefas domésticas, ela tem sob sua responsabilidade os cuidados intensivos com uma criança. Assim, há uma pressão para juntar tarefas profissionais, domésticas e os cuidados com os filhos, o que pode levar a um quadro de esgotamento. 

Com a pandemia, foi possível observar muito mais mulheres com sintomas semelhantes ao de burnout por conta desse acúmulo de atividades. Mas, mesmo antes do isolamento social, essa situação já acontecia.

Quais são os principais sintomas?

Entre os principais sinais que podem indicar um quadro de burnout materno estão:

Alguns sintomas se relacionam com um quadro de estresse, de ansiedade ou, até mesmo, de depressão. Isso é algo muito característico do burnout: sintomas marcados por uma questão de emoções e percepções negativas a respeito de si e do que está ao redor.

Se você está assim ou conhece alguém que está enfrentando estes sintomas, não deixe de procurar ajuda. Primeiro, é importante discutir os cuidados com os filhos dentro de casa e, se necessário, buscar apoio de um profissional de saúde mental. Isso favorece que a pessoa divida um pouco o cansaço e os sentimentos de impotência, que podem prejudicar a vida da mulher ou mesmo da criança.      

 

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