Como o racismo impacta a saúde mental

No último dia 20 de novembro foi comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra, que é uma data de conscientização sobre a força, a resiliência e o sofrimento que a população negra viveu ao longo da história e enfrenta até hoje. E, aqui, vale um recorte específico: a população negra está mais exposta a questões de saúde mental.

Alguns dados do Ministério da Saúde mostram que o risco de suicídio entre adolescentes e jovens negros no Brasil é 45% maior do que entre brancos. Na faixa etária de 10 a 29 anos esse índice é até 50% maior. Isso traz para gente uma preocupação muito grande, principalmente porque mostra que esse índice de suicídio mais alto é um retrato do sofrimento psíquico muito intenso da população negra.

A gente sabe que o suicídio normalmente está associado à presença de um transtorno mental, como depressão, ansiedade, dependência de drogas, e que muitas vezes essas questões de saúde mental são condicionadas por preconceito, exclusão social e racismo, violências que afetam diariamente a população negra.

Além desse impacto direto na saúde mental, esse preconceito, esse racismo estrutural afasta esses jovens, e afasta, de maneira geral, a população negra do acesso aos serviços de saúde. É mais difícil para a população negra chegar aos serviços de saúde, ser bem atendido e se manter sob atendimento nesse serviço de saúde.

É muito importante entender tudo isso para que a gente possa mudar essa situação. O racismo estrutural condiciona sucessivas exclusões, violências, agressões e preconceitos que fazem com que a população negra sofra mais e tenha mais dificuldade de chegar aos serviços de saúde mental.

É imperativo que todos nós façamos a nossa parte. É importante que cada um de nós tenha um papel ativo nesse combate, nessa luta contra o racismo no Brasil. Não basta não ser racista. A gente tem que ser antirracista e tem que garantir os mesmos direitos, as mesmas possibilidades a todos os brasileiros, em especial à população negra.