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É necessário fazer “a chuca” toda vez que fizer sexo anal?

Jairo Bouer fala mais sobre o assunto - iStock
Jairo Bouer fala mais sobre o assunto - iStock

Redação Publicado em 31/08/2021, às 11h00

A preocupação de muitas pessoas quando vão fazer sexo anal é sujar o parceiro durante o ato. Por isso, é comum que se faça uma lavagem anal conhecida como “chuca”.

Em uma live recente, perguntaram a Jairo Bouer se era necessário fazê-la todas as vezes antes do sexo anal.

“Depende. Se você conhece bem seu organismo e sabe que está tranquilo, que o ânus está ‘liberado’ e não tem nenhum tipo de obstáculo no meio do caminho, não precisaria fazer chuca", explica o médico. “Fazer chuca o tempo todo pode provocar um desequilíbrio e até facilitar o aparecimento de alguma diarreia ou infecções. Então, chuca é só para quando você tiver certeza que terá uma relação sexual anal e tem dúvida se o caminho está liberado totalmente”.

Mas e o sexo anal, pode fazer sempre ou aumenta as chances de hemorroidas?

Não, fazer sexo anal com muita frequência não eleva o risco de desenvolver hemorroida. Mas, para quem já tem, eventualmente pode apresentar algum tipo de complicação, por exemplo, uma trombose hemorroidária. Assim, fica mais difícil ter esse tipo de relação sexual, porque a pessoa sente muita dor e desconforto.  

Por essa e outras razões, explicou Jairo, o ideal é sempre usar o lubrificante para ajudar na penetração e não esquecer do preservativo: "O uso da camisinha é para evitar as infecções sexualmente transmissíveis (IST). Porém, para quem não for utilizar sempre, é fundamental fazer testagem periódica e a PrEP por causa do HIV”. 

Confira:

O mais importante é não ter pressa

Quando o assunto é sexo anal, é preciso “muita calma nessa hora”. Isso porque o ânus é um orifício que tem dois músculos circulares: o esfíncter interno e o externo. Um é possível controlar, relaxar e contrair, já no outro a contração é involuntária.  

No caso do sexo anal, se a pessoa for com “muita sede ao pote”, pode acontecer a chamada contração reflexa, provocando muita dor e desconforto em quem está recebendo. 

Assim, é preciso ter calma e ir devagar no início da relação. “A galera que vai muito rápido, muito afoita, passa do primeiro esfíncter, mas esbarra no segundo e, nesse caso, o desconforto e a dor são muito grandes”, disse Jairo.