Estresse ocupacional e burnout: qual a diferença?

Jairo Bouer explica cada um dos termos e pontua quais são os principais sintomas

Redação Publicado em 17/03/2022, às 15h00

A síndrome de burnout é caracterizada por sentimento de exaustão e de desmotivação - iStock

Muitas pessoas podem enfrentar estresse excessivo no trabalho, seja por prazos a serem cumpridos, carga horária excessiva, relacionamentos profissionais ou o próprio ambiente em que a função é realizada. Mas como saber se é um quadro de estresse ocupacional ou burnout e qual a diferença entre esses termos?

Segundo Jairo Bouer, o estresse ocupacional é caracterizado por situações do dia a dia que ocorrem no trabalho e deixam a pessoa estressada. Caso não seja tratada de maneira adequada, a condição pode até evoluir para um estresse crônico e, consequentemente, para o burnout.

Quando esse estresse crônico acaba impactando muito a vida emocional e a rotina, o indivíduo pode estar caminhando para um quadro de burnout”, explica. 

Quais os principais sintomas do burnout

O termo burnout foi cunhado pelo psicólogo Herbert Freudenberger na década de 1970 para descrever uma condição de estresse que leva a uma exaustão física, mental e emocional severa. Ele tem origem na expressão em inglês, que significa “queimar até se reduzir a cinzas” e é utilizado para fazer referência ao estado de esgotamento provocado pelo trabalho.

Confira:

A condição pode afetar em grande proporção o bem-estar e a qualidade de vida de quem convive com ela. Veja os principais sintomas:

Conheça, aqui, dez dicas para lidar melhor com o estresse
  1. Esgotamento: a pessoa se sente fisicamente e emocionalmente esgotada. Entre os sintomas físicos que podem aparecer estão: dores de cabeça, insônia, dores de estômago e alterações de apetite;
  2. Isolamento: indivíduos com burnout tendem a se sentir sobrecarregados. Como resultado, eles podem parar de socializar e confiar em amigos, familiares e colegas;
  3. Busca por escapes: insatisfeitas e estressadas com seus empregos, pessoas com burnout podem fantasiar em "fugir" ou em saírem de férias sozinhas. Em casos extremos, podem recorrer a drogas, álcool ou comida como uma maneira de “mascarar” sua dor emocional;
  4. Irritabilidade: o burnout pode fazer com que as pessoas percam a calma com amigos, colegas de trabalho e familiares mais facilmente. Lidar com estressores normais, como se preparar para uma reunião de trabalho, levar as crianças à escola ou cuidar de tarefas domésticas também pode ser um problema, especialmente quando as coisas não saem como planejado;
  5. Doenças frequentes: o burnout, como outros estresses em longo prazo, pode diminuir o sistema imunológico, tornando a pessoa mais suscetível a resfriados, gripes e insônia, bem como mais vulnerável a outras questões de saúde mental, como depressão e ansiedade.

Burnout como doença ocupacional 

Jairo Bouer lembra que, desde janeiro de 2022, o burnout é considerado uma doença de trabalho pela nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).  Segundo as palavras do texto, a condição é definida como um “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. 

Na classificação anterior, o burnout era considerado um problema de saúde mental ou uma condição psiquiátrica. A mudança de definição é um passo significativo e pode ajudar a remover o estigma que envolve o burnout, chamando atenção para o quão recorrente é essa condição e a importância de oferecer apoio a quem sofre com ela.  

É importante que a gente perceba quando o nosso trabalho passou de uma situação de estresse, que já não é legal, para uma situação de burnout. É fundamental repensar as relações que você tem com o seu trabalho e como você está se sentindo com você mesmo”, alerta Jairo.

 

 

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