Seguidor quer saber se há alguma contraindicação em manter uma vida sexual ativa mesmo usando o medicamento
Redação Publicado em 21/03/2022, às 18h00
“Doutor, posso fazer sexo tomando antidepressivo?”
Sim! Não existe nenhuma contraindicação em ter uma vida sexual ativa fazendo uso de antidepressivos.
O que pode acontecer é que, algumas vezes, a pessoa está tomando o medicamento para tratar algum quadro de depressão ou de ansiedade e, quando está muito deprimida ou ansiosa, ela pode não ter desejo de fazer sexo.
Alguns antidepressivos podem provocar efeitos colaterais, principalmente em relação ao tempo de ejaculação. Esse tipo de medicamento acaba retardando o processo e o homem demora muito mais para ejacular.
No caso de alguém inexperiente, ou seja, que ainda está começando a vida sexual, isso pode impactar emocionalmente, provocar certo incômodo e causar a perda da ereção.
A recomendação é: se o antidepressivo está sendo usado há pouco tempo, talvez seja apenas uma fase de adaptação e logo as coisas devem melhorar.
Porém, caso a pessoa tome o remédio há algum tempo, é interessante conversar com um médico para que ele possa ajudar a pensar em outras alternativas, como outras categorias de antidepressivos, para melhorar esse impacto no tempo de ejaculação.
Pessoas que tomam antidepressivo – ou qualquer tipo de remédio que tem efeito no sistema nervoso central – não podem parar de usar o medicamento de uma hora para outra por conta própria.
Esses remédios precisam ser prescritos pelo médico, é necessário acompanhar todo o processo de adaptação do corpo aos efeitos desse antidepressivo e o profissional também deve supervisionar o tempo de uso e a dose a ser utilizada. Eventualmente, ela aumenta ou diminui de acordo com efeitos colaterais que podem aparecer.
Outro ponto importante é que o organismo, ao longo do tratamento, se adapta ao remédio. Os neurônios (nossas células nervosas) têm receptores e neurotransmissores responsáveis pela comunicação entre uma célula e outra.
Por conta do medicamento, acontece todo um processo de adaptação da quantidade, da sensibilidade desses receptores e do número de neurotransmissores disponíveis para os efeitos desejados. Tudo isso faz parte de um longo caminho de ajuste do organismo.
Assim, é essencial que todos aqueles que tomam algum tipo de remédio com efeito no sistema nervoso central nunca parem de usá-lo por conta própria. É sempre importante buscar suporte de um profissional de saúde para que seja construída uma estratégia de retirada que, normalmente, envolve uma redução gradual do medicamento ao longo de algumas semanas.
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