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Preciso tomar pílula do dia seguinte mesmo usando camisinha?

A pílula do dia seguinte deve ser utilizada em até 72h após a relação sexual - iStock
A pílula do dia seguinte deve ser utilizada em até 72h após a relação sexual - iStock

Redação Publicado em 18/05/2022, às 14h00

“Doutor, se não houve nenhum acidente com a camisinha e ela foi usada do começo ao final da relação, não rasgou, não saiu, preciso usar a pílula do dia seguinte mesmo assim?”

Não tem nenhuma necessidade de usar a pílula do dia seguinte nessa situação. Se o casal usou camisinha desde o começo da relação sexual, retirou o preservativo logo após a ejaculação e não teve nenhum tipo de vazamento, não há razão para utilizar esse método. 

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Quando e como tomar? 

A pílula do dia seguinte é um método conhecido por grande parte das mulheres para evitar uma gravidez indesejada. Entretanto, é um método de emergência e seu uso deve ser exceção e nunca a regra.

A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar maiores problemas, como irregularidade menstrual.

Para evitar uma possível gravidez, ela deve ser tomada o mais rápido possível (apesar do nome, não é preciso esperar o dia seguinte), pois a sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo. 

Assim, o ideal é que a pílula do dia seguinte seja tomada nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual, período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou três dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.

Confira:

Alguns estudos indicam que as taxas de eficácia das pílulas do dia seguinte podem ser um pouco mais baixas para mulheres com sobrepeso ou obesidade.

Conclusão: mesmo quando tomada de forma correta, a pílula do dia seguinte apresenta uma margem de falha e não garante 100% de proteção. Portanto, é aquela velha história: melhor prevenir do que remediar.

De acordo com o Ministério da Saúde, as principais indicações para o uso da pílula do dia seguinte são:

  • Deslocamento do diafragma;
  • Rompimento do preservativo;
  • Esquecimento prolongado do anticonceptivo oral ou atraso do injetável; 
  • Coito interrompido em que ocorre derrame do sêmen na vagina;
  • Cálculo incorreto do período fértil, erro no período de abstinência ou interpretação equivocada da temperatura basal;
  • Casos de violência sexual, quando a mulher é privada de escolha e submetida à gravidez indesejada;
  • Relação sexual desprotegida sem uso de nenhum método contraceptivo e preservativos (masculino ou feminino).

Fale sempre com seu médico

Vale lembrar que é sempre aconselhável entrar em contato com um ginecologista antes de usar a pílula do dia seguinte para explicar a situação e receber orientações corretas. O uso contínuo não é recomendado como método contraceptivo de rotina.

Outro motivo pelo qual é importante falar com um médico antes é para saber se existe alguma contraindicação para o uso. Em geral, o método exige precauções quando a mulher tem doença hepática, entre outras condições. Também deve-se evitar a pílula do dia seguinte em caso confirmado ou suspeita de gravidez.

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