Saúde mental: cuidado com o autodiagnóstico

Falar sobre transtornos mentais é importante, mas pode ter esse efeito

Dr. Jairo Bouer Publicado em 12/11/2023, às 14h00

O risco do autodiagnóstico é banalizar situações que podem ser muito complexas - iStock

Muita gente, por conta de vídeos que viralizam na internet, nas redes sociais, nas trends e hashtags, as pessoas tendem a se encaixar em determinados diagnósticos.

Se, por um lado, falar sobre esses transtornos de saúde mental pode ser bom para criar um alerta para as pessoas, e fazer com que prestem mais atenção na própria saúde mental, por outro lado há o risco de achar que todo mundo, ou muita gente, tem aquela condição.

Por exemplo, alguém pode achar que tem depressão, porque está triste, o que é diferente de ter o transtorno. Ou achar que tem um transtorno de ansiedade, sendo que apenas de vez em quando tem alguma dificuldade para lidar com as questões do dia a dia.

É muito importante tomarmos cuidado com essa história do autodiagnóstico. Há uma série de testes ou enquetes para promover diagnósticos, então é preciso tomar muito cuidado.

O diagnóstico de um transtorno de saúde mental precisa ser feito por um profissional de saúde mental – um psicólogo, um psiquiatra, ou seja, alguém que vá ter uma avaliação muito precisa do que está acontecendo.

O risco do autodiagnóstico é banalizar situações que podem ser muito complexas, muito sérias, e que podem demandar realmente a ajuda de um profissional.

Se todo mundo acha que tem transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e todo mundo procura o profissional de saúde mental, não vai ter profissional para atender quem realmente enfrenta essa dificuldade.

Por isso, antes de você bater o martelo e carimbar o seu diagnóstico, procure um profissional de saúde mental.

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