Redação Publicado em 14/06/2022, às 19h00
“Doutor, a minha mãe de 81 anos toma remédios para ansiedade e depressão há nove anos. Atualmente, sofre com tonturas, esquecimento, sonolência intensa e sangramento no nariz quando espirra. Isso pode ter relação com o tempo de uso dos medicamentos?”
Essa é uma situação extremamente comum no Brasil. As pessoas procuram ajuda médica por estarem com algum transtorno de ansiedade, acabam sendo medicadas com um ansiolítico e não conseguem “largar” o remédio, passando anos e décadas fazendo esse uso.
Normalmente, ao prescrever o ansiolítico, o profissional de saúde orienta a utilização por um tempo limitado e, após essa situação, para algumas pessoas, o tratamento pode ser interrompido, enquanto para outras o uso do antidepressivo por um período prolongado pode se tornar realidade.
Da mesma forma que existem aqueles que precisam tomar remédios contra a hipertensão arterial ou diabetes a vida toda, alguns indivíduos também necessitam ser medicados contra a depressão por anos e anos.
Entretanto, os ansiolíticos, em especial, são capazes de provocar dependência, ou seja, depois de algum tempo de uso, a pessoa precisa ter doses cada vez mais altas para obter os mesmos efeitos. Assim, toda vez que tenta retirar o remédio, ela pode apresentar alguns sintomas de abstinência, como agitação, ansiedade, taquicardia e aumento da pressão.
Confira:
Alguns dos sintomas relatados (tonturas, esquecimento e sonolência intensa) podem ser uma consequência da utilização dos ansiolíticos. Porém, aos 81 anos, seria importante passar por uma nova avaliação para entender se esses sintomas todos também não estão relacionados com o processo natural de envelhecimento.
Para resumir, o ideal é que o uso dos antidepressivos seja feito por um tempo limitado e, caso isso aconteça por um período maior, a retirada ou substituição deve ser sempre feita sob orientação médica.