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Benefícios das férias se evaporam em poucos dias, mostra estudo

Imagem Benefícios das férias se evaporam em poucos dias, mostra estudo

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h54 - Atualizado às 23h53

Crédito: Fotolia

Não existe nada melhor que tirar férias para se livrar do estresse relacionado ao trabalho. O problema é que o bem-estar dura pouco. Segundo um estudo norte-americano, para dois terços dos trabalhadores, os benefícios do período de descanso vai embora em poucos dias.

O levantamento foi feito pela internet por pesquisadores da Associação Americana de Psicologia, com mais de 1.500 pessoas com empregos de período integral e de meio período.

A maioria dos trabalhadores relatou efeitos positivos das férias, como voltar ao trabalho com humor mais positivo (68%), mais energia (66%) e motivação (57%), e menos estresse ​​(57% ). Além disso, consideraram que a qualidade do trabalho melhorou (55%), bem como a produtividade (58%).

Os autores do estudo observam que tirar férias regularmente pode ajudar a evitar o “burnout”, a síndrome de esgotamento associada ao trabalho, mas quando o problema já existe, a medida só funciona como paliativo.

No geral, mais de um terço dos americanos que trabalham (35%) relatou sentir estresse crônico durante o expediente, e apenas 41% afirmaram que o empregador fornece recursos suficientes para ajudar os funcionários a administrar o estresse. Apenas metade dos entende que seus empregadores fornecem recursos para ajudá-los a entender suas necessidades de saúde mental.

Além disso, cerca de 20% disseram ter sentido tensão durante as férias, 28% admitiram que acabaram trabalhando mais do que o planejado durante o descanso, e 42%, que temiam voltar ao trabalho.

Muitos sites oferecem dicas de como aproveitar melhor o tempo fora do escritório, mas isso não depende exclusivamente do empregado. A empresa deve ter políticas e práticas eficazes que permitam aos funcionários se ausentar com tranquilidade e sem serem acessados por e-mail ou telefone.

Apenas 41% dos entrevistados relataram que a cultura de sua organização encoraja a folga, e apenas 38% avaliaram que seu supervisor incentiva o descanso. Os resultados não chegam a surpreender, mas mostram que falta bom senso. O estresse não só prejudica o funcionários como as próprias empresas.

A pesquisa demonstrou que nas organizações que incentivam a folga, os funcionários sentem os benefícios do descanso por mais tempo. Nessas empresas, 71% relataram voltar com maior motivação, quando comparados com os funcionários sem incentivo (45%). As proporções foram semelhantes, em ambos os lados, nos critérios de produtividade. E mais de 80% disseram se sentir mais valorizados pelo empregador e satisfeitos com o emprego, contra 37% e 50%, respectivamente.

Entre os funcionários das empresas que estimulam as folgas, 81% foram mais propensos a responder que recomendariam a organização como um bom lugar para se trabalhar, contra 39% das que não incentivam o descanso de suas equipes. Vale lembrar que isso é importante para uma companhia atrair talentos.

Ainda nas organizações onde o tempo livre é incentivado, 64% dos funcionários disseram que seu empregador fornece recursos suficientes para ajudá-los a administrar seu estresse. Apenas 18% dos funcionários disseram o mesmo nos locais de trabalho em que o tempo livre não é incentivado.

Por último, o levantamento também avaliou as principais fontes de estresse relacionadas ao trabalho: baixos salários (49%), falta de oportunidade de crescimento (46%), carga excessiva (42%), horas demais e expectativas irrealistas (39% cada). Seriam necessárias diversas semanas extras de férias para compensar esses aspectos negativos.