Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h50 - Atualizado às 23h53
Uma revisão de estudos sugere que o casamento pode reduzir o risco de uma pessoa desenvolver demência. Apesar disso, o peso de ser solteiro para a saúde parece estar se reduzindo com o passar do tempo, segundo pesquisadores asiáticos.
A conclusão, publicada no Journal of Neurology Neurosurgery & Psychiatry, foi baseada em 15 estudos considerados de boa qualidade, que envolveram cerca de 8 mil pessoas de países da Europa, da Ásia e das Américas. A análise foi feita por equipes da Universidade Nacional de Cingapura e da Universidade Chinesa de Hong Kong.
Analisados em conjunto, os dados indicam que, em comparação com os casados, indivíduos solteiros são 42% mais propensos a desenvolver demência. A associação se manteve mesmo quando os pesquisadores levaram em conta a idade e o sexo dos participantes.
Já quando foram considerados apenas estudos mais recentes, com pessoas nascidas depois de 1927, a proporção caiu para 24%. Por que o impacto de viver só teria diminuído com o passar dos anos ainda não está claro, segudno os pesquisadores.
Ao se comparar viúvos e casados, o risco foi 20% maior para os primeiros. A explicação é que a morte de um companheiro aumenta os níveis de estresse, um fator que tem sido associado a deficiências na sinalização de células nervosas e em habilidades cognitivas. Mas o impacto foi menor nos viúvos com melhor nível de educação – esse é um fator conhecido de proteção contra a demência.
Os estudos analisados foram observacionais, por isso seriam necessárias mais pesquisas para comprovar a relação entre causa e efeito. Ser casado certamente não é garantia de envelhecer com saúde e lucidez, mas ter alguém por perto pode servir de incentivo para comer melhor, beber e fumar menos, se mexer e se relacionar, atitudes que melhoram a saúde e a qualidade de vida.