Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h51 - Atualizado às 23h53
Um grande estudo que contou com 51.500 indivíduos de 21 países diferentes mostra que 10% da população sobre com ansiedade. Desse total, 27,6% recebem algum tipo de tratamento, que é apropriado em apenas 9,8% dos casos.
O levantamento foi coordenado por especialistas em epidemiologia e saúde pública do Instituto de Pesquisas Médicas do Hospital del Mar, na Espanha, a pedido do World Mental Health, braço da Organização Mundial da Saúde.
A prevalência da ansiedade variou bastante entre os países pesquisados, de 5,3%, para populações da África, para 10,4%, entre os europeus. O estudo confirmou que alguns transtornos de ansiedade, como fobias, ansiedade social e ansiedade de separação, costumam ter início cedo, dos 5 aos 10 anos de idade; já outros, como a ansiedade generalizada, a síndrome do pânico e o estresse pós-traumático, ocorrem entre 24 e 50 anos de idade.
A ansiedade tem caráter crônico e, muitas vezes, está associada a outros transtornos psiquiátricos, como a depressão. O problema envolve um custo enorme, tanto para a qualidade de vida dos indivíduos, quanto para os serviços de saúde.
Os pesquisadores consideraram como tratamento adequado o acompanhamento do paciente por pelo menos 12 meses. Para terapias com uso de medicamentos, foi considerado um limite mínimo de quatro visitas ao médico. Para tratamento psicoterápico, um mínimo de oito visitas. Esse seria o mínimo necessário para ajudar o paciente e evitar recaídas.
Em muitos dos casos analisados, tanto profissionais de saúde quanto os próprios pacientes ignoravam a necessidade do tratamento. Apenas 41,3% dos indivíduos com ansiedade tinham consciência dessa necessidade, o que diminuiu para 26,3% quando o problema era associado a algum outro transtorno.
Os custos do tratamento e o estigma em relação aos transtornos mentais também foram obstáculos importantes, segundo o estudo.