Estudos com mais de 15 mil jovens mostram que os autores de agressões nas redes sociais também precisam de ajuda
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h53 - Atualizado às 23h53
Ser intimidado, humilhado ou agredido no Facebook não é agradável para ninguém, nem mesmo para gente madura e segura de si. Mas para os mais novos o golpe pode ser mais duro que se imagina. E acredite: o cyberbullying não é apenas um comportamento que desestabiliza a vítima. Ele pode ser cometido por um indivíduo emocionalmente instável.
Crianças e jovens com menos de 25 anos de idade que são vítimas de bullies na internet têm uma tendência mais de duas vezes maior a se automutilar ou apresentar comportamento suicida do que aqueles que não enfrentam a situação, segundo uma revisão de estudos recém-publicada no Journal of Medical Internet Research.
Os pesquisadores que analisaram a literatura sobre o assunto descobriram, ainda, que os próprios autores das agressões têm um risco mais alto de se machucar e pensar na própria morte. Ou seja: as vítimas precisam de ajuda, mas os autores também.
A revisão, conduzida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Swansea e das universidades de Oxford e de Birmingham, no Reino Unido, contou com mais de 150 mil crianças e jovens de 30 diferentes países. As pesquisas compreenderam um período de 21 anos.
As descobertas reforçam a importância de se investir em programas de prevenção às diferentes formas de bullying nas escolas e, claro, de o assunto ser conversado em casa desde cedo.
Muitos especialistas falam até na criação de disciplinas como a cidadania digital, que podem ter efeito a longo prazo. Mas medidas emergenciais também são necessárias, como intervenções dos provedores das redes sociais e até grupos de suporte online. Infelizmente os pais não têm como controlar toda comunicação dos filhos na internet, por mais que se disponham a isso.