Guilherme Ravache Publicado em 18/05/2021, às 15h57
Durante a pandemia, os apps de namoro reportaram um aumento expressivo do uso de suas plataformas pelos solteiros confinados ao redor do mundo. Encontros por vídeo e bate-papos nos apps foram a alternativa que muitos encontraram para lidar com a solidão do isolamento.
Mas, agora, o que já se percebe nos países onde a vacinação tem crescido é que o uso de apps também tem aumentado.
"Os usuários que optaram por sair durante a pandemia [estão] começando a voltar", disse Tariq Shaukat, presidente do Bumble (um app de relacionamentos), a investidores semana passada, após relatar lucros melhores do que o esperado. O número de mensagens enviadas no aplicativo de namoro foi 10% acima dos níveis pré-Covid, observou Shaukat.
Já o Match Group, dono do líder Tinder e diversas marcas de sites de encontro, afirmou esperar um segundo semestre aquecido na plataforma, com mais usuários usando seus apps.
As empresas de aplicativos de namoro estão se preparando para um "verão do amor", disse o CEO da Match, Shar Dubey, na semana passada em uma carta aos acionistas. A Match espera um crescimento entre 22% e 24% em seu faturamento. Entre as iniciativas da empresa para reativar as contas de usuários que deixaram a plataforma no último ano esteve a distribuição de 100 mil testes de Covid-19.
Em países como os Estados Unidos, onde a vacinação está bastante adiantada e as medidas de isolamento social foram afrouxadas, já se fala em “verão do amor”. Nos Estados Unidos o verão começa em junho. No Brasil, o verão começa em dezembro, até lá se espera que o número de vacinados tenha crescido significativamente.
Uma pesquisa da Morning Consult, encerrada em 25 de abril, descobriu que 53% dos adultos americanos se sentem "confortáveis" namorando agora, um aumento de 9% em relação à última semana de março (embora as mulheres ainda se sintam menos confortáveis do que os homens).
Um dos efeitos da pandemia foi fazer com que as pessoas buscassem relações mais estáveis, diminuindo o número de encontros casuais. Mas é difícil prever como será o comportamento das pessoas no pós-pandemia.
O aumento do uso dos apps não necessariamente significa que as pessoas estejam buscando mais relacionamentos casuais. Podem simplesmente estar buscando novos relacionamentos após o período de isolamento.
Durante o lockdown muitos relataram sentir a síndrome de encontrar novamente (Fear of Dating Again, ou FODA, na abreviação). Segundo o site eHarmony, 22% dos solteiros de 18 a 34 anos tinham receio de voltar a ter encontros.
Em um estudo recente do Kinsey Institute sobre sexo pós-pandemia (conduzido em parceria com a Cosmopolitan e a Esquire), que entrevistou 2.000 americanos entre 18 e 45 anos, 52% dos solteiros disseram que querem encontrar um relacionamento sério pós-pandemia, enquanto apenas um em cada dez disse que está procurando sexo sem compromisso.
Mas vale lembrar que a pandemia ainda não está sob controle nem nos Estados Unidos, um dos países que mais vacinou no mundo. Então, aos solteiros, paciência e prevenção continuam sendo as melhores garantias para o sexo seguro.
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