Redação Publicado em 25/03/2023, às 14h00
Uma pesquisa que acaba de ser divulgada nos EUA traz um retrato muito detalhado sobre as experiências vividas por adultos transgênero naquele país, como as dificuldades enfrentadas na infância, o processo de transição de gênero e episódios de discriminação e hostilidade.
O relatório é fruto de uma parceria entre a organização sem fins lucrativos Kaiser Family Foundation e o jornal Washington Post, e contou com 515 entrevistados trans, além de 823 adultos que não se identificam como transgênero, a título de comparação.
Adultos trans descrevem episódios de discriminação e assédio com frequência alarmante, sendo que 1 em cada 4 indivíduos (ou 25% da amostra) diz ter sido agredido fisicamente por causa de sua identidade de gênero, expressão de gênero ou orientação sexual.
A proporção sobe para 3 em cada 10 quando se leva em conta apenas pessoas trans de cor (31%) e aquelas que se apresentam fisicamente como gênero diferente ao atribuído no nascimento o tempo todo ou na maior parte do tempo (30%).
Parcelas ainda maiores de adultos trans contam ter sido atacados verbalmente (64%), serem assediados ou se sentirem inseguros em banheiro ou vestiário por causa de sua identidade de gênero, expressão de gênero ou identidade sexual (41%).
Os adultos trans também relatam mais dificuldades na infância, o que inclui sentimentos de insegurança e problemas de saúde mental.
Apesar disso, quase 8 em cada 10 (ou 78%) daqueles que apresentam um gênero diferente daquele atribuído ao nascer dizem que a transição os deixou mais satisfeitos com suas vidas.
Entre as pessoas trans que contaram a pelo menos um integrante próximo da família sobre sua identidade, a maioria (69%) diz que seus familiares são pelo menos “um pouco favoráveis”. Um quarto que diz que seus familiares são “muito favoráveis”.
Indivíduos trans que tiveram um adulto de confiança por perto durante a infância (40% dos entrevistados) são menos propensos a relatar certas experiências adversas nessa fase da vida. Por exemplo: dois terços dos adultos trans (67%) que tiveram, quando crianças, um adulto de confiança para conversar dizem ter tido uma infância feliz, em comparação com menos da metade (44%) dos adultos trans que não tiveram a mesma sorte.
A pesquisa explora, ainda, muitos outros aspectos da experiência de ser trans nos EUA. Veja, a seguir, algumas das principais descobertas:
O que significa “transição” difere amplamente entre os adultos trans, e nem todos os entrevistados dizem sentir a necessidade de fazer a transição de uma maneira específica ou buscar cuidados de afirmação de gênero.
A pesquisa KFF/Washington Post Trans Survey foi realizada entre novembro e dezembro de 2022 , online e por telefone, e a margem de erro de amostragem, incluindo o efeito do desenho para a amostra de adultos trans, é de mais ou menos 7 pontos percentuais e de mais ou menos 4 pontos percentuais para a amostra de adultos não trans.
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