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Quer ter mais bem-estar? Desenvolva estas 4 habilidades

Nosso bem-estar pode ser moldado com intervenções específicas, segundo estudiosos - iStock
Nosso bem-estar pode ser moldado com intervenções específicas, segundo estudiosos - iStock

Cuidar das nossas emoções é tão importante quanto cuidar da saúde física, até porque ambos estão integrados. Todo mundo sabe que para ter um corpo saudável é importante fazer exercícios, seguir uma dieta equilibrada e seguir os conselhos dos médicos. Mas nem todas as pessoas têm noções claras sobre como fortalecer o bem-estar psicológico. 

Especialistas têm chamado atenção para o tema, já que uma epidemia de ansiedade e depressão parece ter se intensificado após a pandemia de Covid. Um estudo feito por pesquisadores do Centro de Mentes Saudáveis da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, ajuda a destrinchar um conceito chamado “plasticidade do bem-estar”, ou seja, a capacidade de moldarmos o nosso humor e estado de espírito com intervenções específicas, como terapia, meditação e até medidas mais simples de autocuidado.

De acordo com os estudiosos, o bem-estar depende de quatro pilares centrais, que podem ser fortalecidos com o desenvolvimento de habilidades. Veja, a seguir, quais são eles: 

#1 Consciência 

Isso significa prestar atenção  no ambiente ao redor, bem como no mundo interior (sensações corporais, pensamentos e emoções). A equipe do Centro de Mentes Saudáveis cita um estudo com mais de 5 mil pessoas de 83 países, segundo o qual as pessoas passam cerca de 47% do tempo desperto em um estado de distração. Sabe aquele susto que você leva ao ouvir uma notificação do celular, ou ao ouvir uma ambulância passar? Isso pode ter consequências como estresse, ansiedade e prejuízos para as funções executivas do cérebro (concentração, raciocínio e memória).

Técnicas de meditação, que ensinam a pessoa a redirecionar a atenção para algo como a própria respiração toda vez que a mente começa a vagar, podem ser úteis nesse aspecto, bem como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e suas variantes, que ajudam na autorregulação emocional. 

#2 Conexão

Este, talvez, seja um dos pilares mais negligenciados hoje em dia, com a comunicação virtual. Vários estudos demonstram os benefícios dos relacionamentos para a saúde mental e física, por isso é preciso buscar e valorizar a interação com outras pessoas no dia a dia. Ouvir o outro, demonstrar gratidão e desenvolver a compaixão também são aspectos que entram nesse pilar.

No espectro oposto, pessoas que consideram os outros como uma ameaça tendem a sentir mais solidão e sofrimento emocional. Os pesquisadores sugerem focar nas qualidades positivas das outras pessoas e exercitar a empatia (a capacidade de se colocar no lugar do outro). Eles também mencionam os benefícios de certos tipos de meditação voltados para a compaixão.

#3 Autoconhecimento

Este é outro pilar básico para fortalecer o bem-estar: a curiosidade em entender como pensamentos, emoções e crenças moldam a nossa identidade e nossas experiências subjetivas. Esses insights ajudam a reconhecer de onde vem sensações como medo ou o desconforto diante de alguém, por exemplo. Crenças rígidas demais podem afetar a autoestima e levar a transtornos como ansiedade, depressão e anorexia, entre muitos outros. 

O segredo para se conhecer melhor, segundo os estudiosos, é se questionar sempre: por que estou me sentindo assim? Será, mesmo, que essa pessoa quer o meu mal? Será que sou tão mal? Essas observações e questionamentos também são a matéria-prima dos diferentes tipos de psicoterapia.

#4 Propósito

Ter um senso de clareza sobre objetivos, valores e motivações não é fácil, mas também importante para o bem-estar. Ter metas, por mais simples que sejam, bem como acreditar em qualidades pessoais, como paciência e bondade, ajudam a dar sentido à vida e a orientar o nosso comportamento para que desafios sejam superados.

Ter um propósito, ou vários, aumenta a resiliência (tolerância o estresse) e a adesão a hábitos saudáveis, como fazer exercícios, economizar dinheiro e ter uma dieta saudável. Baixos níveis de propósito já foram associados a transtornos emocionais, segundo estudos citados pelos pesquisadores.

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY. Twitter: @tatianapronin