Segundo a OMS, o álcool contribui para a morte de uma pessoa a cada dez segundos
Redação Publicado em 11/10/2022, às 13h00
Muita gente utiliza o álcool com objetivo de relaxar, ou então para se divertir, de onde vem a dúvida: a bebida alcoólica é um estimulante ou um depressor?
Os estimulantes aumentam a energia, o estado de alerta e a atenção de uma pessoa. Os médicos podem prescrever estimulantes, como os derivados da anfetamina, para indivíduos com distúrbio de hiperatividade e déficit de atenção (TDAH) ou narcolepsia (condição que causa sonolência excessiva durante o dia). Outros estimulantes conhecidos incluem cafeína, cocaína e metanfetamina.
Indivíduos que utilizam excessivamente os estimulantes podem experimentar dores no peito, vômitos, cãibras abdominais, suor, dores de cabeça e vertigem. Sob a orientação de um profissional médico, pequenas doses de certos tipos de estimulantes podem ser úteis para certos indivíduos. Entretanto, o uso indevido pode ter sérias consequências à saúde, incluindo dependência.
Os depressores causam uma atividade cerebral mais lenta, levando ao relaxamento muscular e a um humor calmo. Alguns exemplos incluem benzodiazepinas e barbitúricos. Os depressores prescritos por médicos podem ajudar a tratar condições tais como distúrbios de pânico, estresse, ansiedade, insônia e convulsões. Embora os depressores possam ajudar a tratar certas condições, o uso indevido dessas substâncias pode causar efeitos colaterais que podem incluir coordenação deficiente, visão desfocada, vertigem, problemas de fala, pressão sanguínea baixa, náusea ou vômito e confusão. Se uma pessoa toma depressivos por muito tempo, ela pode desenvolver dependência.
O álcool é uma substância psicotrópica, ou seja, que afeta o sistema nervoso central. Pode, portanto, afetar os pensamentos, o humor ou o comportamento. A bebida alcoólica age como depressor do sistema nervoso. Entretanto, inicialmente, e em pequenas doses, o álcool atua como um estimulante.
O tipo de substância presente nas bebidas alcoólicas é o etanol, ou álcool etílico. Os fabricantes criam as bebidas por meio de um processo chamado fermentação no qual a levedura converte carboidratos em álcool. A porcentagem de álcool varia de acordo com o tipo de bebida. Uma cerveja padrão pode conter cerca de 5% de álcool, enquanto que uma dose de uma bebida destilada pode conter 40%.
Uma pessoa que bebe álcool pode ter seu julgamento prejudicado ou seus tempos de reação mais lentos. O consumo de álcool também pode levar à desidratação. Quando o álcool entra no corpo, a maior parte dele é absorvida pela corrente sanguínea por meio dos intestinos. O sangue, e portanto o álcool, é rapidamente distribuído por todo o corpo e o cérebro. Isto acontece mais rapidamente do que o fígado pode metabolizar e eliminar o álcool.
No cérebro, o álcool aumenta o neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (Gaba), o que resulta em níveis mais baixos de ansiedade, estresse e medo. Os neurotransmissores são os químicos que controlam a comunicação entre as células nervosas. O uso excessivo de álcool pode causar uma série de problemas de saúde, inclusive:
-doença hepática
-pancreatite
-pressão arterial elevada
-síndrome da morte súbita infantil
-comportamento agressivo
-ferimentos acidentais
-transtorno do uso de álcool
-doença cardíaca
-derrame
-hipertensão
-distúrbios cognitivos
-demência
-síndrome alcoólica fetal
Pesquisas também mostraram que o consumo de álcool aumenta o risco de diversos tipos de câncer.
Segundo a OMS, o álcool contribui para a morte de uma pessoa a cada dez segundos no mundo, sendo que cerca de 80% das mortes nas Américas, em que o álcool foi um “fator importante”, ocorreram em três dos países mais populosos: Estados Unidos (36,9%), Brasil (24,8%) e México (18,4%).
Um grande estudo de 2018 indicou que qualquer nível de consumo de álcool é prejudicial à saúde.
Os indivíduos com transtorno por uso de álcool continuam a consumir álcool apesar de sofrerem consequências negativas. Embora os casos possam diferir em gravidade, as pessoas que recebem tratamento eficaz podem se recuperar totalmente. Algumas são mais propensas a desenvolver o transtorno do que outras. Isto pode incluir pessoas:
-com histórico familiar de transtorno do uso de álcool
-que começaram a beber mais cedo na vida
-com condições de saúde mental, como depressão
-que têm um histórico de trauma
-que bebem regularmente ou muito
As pessoas que estão vivendo com transtorno do uso de álcool podem lidar com uma ampla gama de sintomas, inclusive:
-beber mais ou por mais tempo do que o planejado
-dificuldade em pensar em outra coisa que não seja beber
-negligenciar o trabalho ou passatempos para beber
-precisar beber mais para alcançar o mesmo efeito
-entrar em situações perigosas depois de beber
O uso excessivo do álcool a longo prazo pode causar dependência física e psicológica. As pessoas que são dependentes podem apresentar sintomas de abstinência quando tentam parar de beber. Esses sintomas podem variar de náuseas e ansiedade até convulsões e alucinações. O consumo excessivo também pode levar à intoxicação por álcool. O consumo excessivo feito muito rapidamente pode afetar a respiração, a temperatura corporal e o ritmo cardíaco. Em casos extremos, o envenenamento por álcool pode causar danos cerebrais ou até mesmo a morte.
Há muitas opções de tratamento eficaz disponível para o transtorno por uso de álcool. Alguns medicamentos podem ajudar. A naltrexona e o acamprosato podem tanto reduzir o consumo pesado de álcool quanto apoiar a abstinência. Eles também podem reduzir o desejo por álcool de certas pessoas. Outro medicamento, chamado dissulfiram, causa sintomas desagradáveis, como náusea, após o consumo de álcool. Estes efeitos colaterais podem ajudar a desencorajar as pessoas com transtorno por uso de álcool a beberem.
O tratamento para transtorno do uso de álcool também inclui aconselhamento. Um terapeuta pode ajudar os indivíduos a desenvolver habilidades para reduzir o estresse e administrar os desejos pela substância. As pessoas podem desenvolver um vício em álcool após usá-lo para lidar com o estresse ou eventos traumáticos da vida. Abordar preocupações de saúde emocional ou mental pode ajudar as pessoas com transtorno por uso de álcool a encontrar maneiras de lidar com o tema que não envolvam bebidas. Uma pessoa deve falar com um profissional de saúde se pensa que tem esse problema.
O álcool pode agir como um estimulante?
Sim, inicialmente e em pequenas doses, ele age como um estimulante e pode diminuir as inibições de uma pessoa, o que pode aumentar a sensação de espontaneidade. Isto pode causar uma sensação de aumento de energia no início. No entanto, o álcool é um depressor, o que significa que ele retarda a comunicação entre o cérebro e o corpo, não agindo como um estimulante.
Por que a pessoa se sente bem ao estar embriagada?
O álcool age sobre o cérebro e pode aumentar a sensação de relaxamento. Isto pode causar emoções positivas a curto prazo. Entretanto, beber demais pode causar efeitos colaterais negativos, tais como náuseas e vômitos.
Qual é o álcool mais saudável?
O consumo de qualquer forma de álcool acarreta certos riscos à saúde. A quantidade de álcool afeta mais do que o tipo de bebida que a pessoa consome. Pesquisas sugerem que o consumo leve ou moderado de vinho tinto pode reduzir o risco de demência, mas beber uma quantidade excessiva aumenta a chance de demência e declínio cognitivo. O indicado é a pessoa falar com um médico sobre o consumo saudável de álcool.
Fontes: MedicalNewsToday / Agência Brasil
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