Alimentos ultraprocessados compõem 67% da ingestão calórica de jovens

Estudo sugere que o consumo por crianças e adolescentes de produtos “prontos para comer” aumentou entre 1999 e 2018 nos EUA

Redação Publicado em 12/08/2021, às 15h30

Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer - iStock

A porcentagem de calorias vindas de alimentos ultraprocessados consumidas por crianças e adolescentes saltou de 63% para 67% da ingestão calórica total entre 1999 a 2018. Essa é a principal descoberta de um novo estudo da Universidade de Tufts (Estados Unidos).

A pesquisa – publicada no JAMA – analisou a dieta alimentar de 33.795 crianças e adolescentes (de dois a 19 anos) de todo o país. De acordo com os pesquisadores, os alimentos ultraprocessados têm o objetivo de promover maior tempo de conservação, permitir a fortificação e enriquecimento dos produtos, além de aumentar a praticidade para o consumo. 

Entretanto, muitos desses mesmos alimentos são menos saudáveis quando comparados aos não processados ou minimamente processados. Assim, o aumento do consumo por parte dos jovens é uma tendência preocupante. 

O que são alimentos ultraprocessados? 

Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer, muitas vezes ricos em açúcar, sódio, além de baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais. Eles normalmente contêm açúcares adicionados, óleos hidrogenados e melhoradores de sabor. 

Alguns exemplos incluem petiscos e doces embalados, cereais de café da manhã açucarados, biscoitos, salgadinhos e embutidos. Quando consumidos em excesso, esses alimentos estão ligados a diversos problemas de saúde, como diabetes, obesidade e outras condições médicas graves, como certos tipos de câncer.

Confira:

Principais aumentos 

Os achados revelaram que o maior aumento de calorias veio de pratos prontos para comer ou para aquecer, como é o caso de pizzas e hambúrgueres congelados: de 2,2% para 11,2% do total de calorias nas dietas. O segundo maior crescimento está relacionado aos lanches e doces industrializados, nos quais o consumo passou de 10,6% para 12,9%. 

A pesquisa também analisou separadamente os grupos que compõem a sociedade. Houve um aumento maior no consumo de alimentos ultraprocessados entre negros não hispânicos (10,3%) e mexicanos-americanos (7,6%), do que os brancos não hispânicos (5,2%). 

Além disso, não houve diferenças estatisticamente significativas em relação à educação parental e à renda familiar. Para os pesquisadores, essas disparidades indicam que os alimentos ultraprocessados são difundidos na dieta das crianças e apoiam a necessidade do acompanhamento das tendências de consumo alimentar. 

Durante o período do estudo – de 1999 a 2018 –, as calorias de alimentos não processados ou minimamente processados diminuíram de 28,8% para 23,5%. A porcentagem calórica restante está associada a produtos moderadamente processados, como queijos, frutas e vegetais enlatados, e os chamados “melhoradores de sabor”, por exemplo, açúcar, mel e manteiga

Queda das bebidas açucaradas

Apesar do aumento da ingestão calórica referente aos alimentos ultraprocessados, a pesquisa revelou um dado positivo: as calorias das bebidas adoçadas com açúcar – como os refrigerantes – caíram de 10,8% para 5,3%.

Para os pesquisadores, essa descoberta é resultado da campanha para reduzir o consumo global de bebidas açucaradas. Assim, é preciso mobilizar a mesma energia e nível de comprometimento quando se trata de outros alimentos ultraprocessados não saudáveis, como biscoitos recheados. 

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