Redação Publicado em 14/06/2022, às 14h19
Um novo medicamento promete ajudar quem sofre de alopecia areata grave, condição de origem autoimune que provoca queda de cabelo e de pelos no rosto e no corpo. O baricitinib foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), a agência que regula medicamentos nos EUA, nesta quinta-feira (13), como primeiro tatamento sistêmico para a doença, ou seja: a substância age no corpo todo, e não apenas no local afetado. O nome comercial da droga no país é Olumiant.
“A aprovação de hoje ajudará a atender a uma necessidade significativa não atendida de pacientes com alopecia areata grave”, afirmou Kendall Marcus, diretor da divisão de dermatologia do centro de avaliação e pesquisa de medicamentos da FDA. Só nos EUA, a alopecia areata afeta mais de 300 mil pessoas (não há estatísticas sobre a doença no Brasil). A condição ganhou destaque na imprensa norte-americana após celebridades terem admitido o diagnóstico nas redes sociais, como foi o caso de Jada Smith, mulher de Will Smith que virou alvo de piada na última cerimônia do Oscar.
Em pessoas com alopecia areata, o organismo ataca seus próprios folículos capilares, fazendo com que cabelos ou pelos caiam, muitas vezes em áreas específicas e arredondadas. O novo medicamento é um inibidor da JAK (janus kinase), que bloqueia a atividade de um grupo de enzimas, interferindo na via que leva à inflamação. A substância já é aprovada para pacientes com artrite reumatoide, e também em alguns casos de Covid-19.
Em dois estudos randomizados feitos pela farmacêutica Eli Lily, a substância foi comparada a placebo em 1.200 pacientes com alopecia areata grave. Na primeira pesquisa, 22% dos indivíduos que receberam o comprimido de 2 miligramas e 35% dos que receberam 4 miligramas tiveram o cabelo quase todo recuperado (ao menos 80%) em 36 semanas, em comparação com 5% de quem tomou placebo. No segundo ensaio, 17% dos que receberam 2 miligramas e 32% dos que receberam 4 miligramas alcançaram uma cobertura capilar adequada, contra 3% dos que receberam placebo.
Os efeitos colaterais mais comuns associados ao remédio incluem: infecções do trato respiratório superior, dor de cabeça, acne, colesterol alto (hiperlipidemia), aumento de uma enzima chamada creatinina fosfoquinase, infecção do trato urinário, elevações das enzimas hepáticas, inflamação dos folículos pilosos (foliculite), fadiga, infecções do trato respiratório inferior, náuseas, infecções fúngicas genitais (como infecções por Candida), anemia, baixo número de certos tipos de glóbulos brancos (neutropenia), dor abdominal, herpes zoster e aumento de peso.
Segundo reportagem do The New York Times, a aprovação do medicamento pelo FDA é importante para os pacientes que precisam de cobertura da seguradora de saúde, já que o tratamento custa cerca de US$ 2.500 por mês (cerca de R$ 12.800).
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