Alteração hormonal pós-parto dos pais afeta as mães, diz estudo

Estudo confirma que muitos homens apresentam níveis alterados do hormônio testosterona após o nascimento do filho

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h49 - Atualizado às 23h53

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Um estudo confirma que muitos homens apresentam níveis alterados do hormônio testosterona após o nascimento do filho e sugere que essa mudança tem impacto nos sintomas depressivos de suas parceiras após o parto.

Cada vez mais, a ciência tem reconhecido que muitos homens também sofrem alterações emocionais e hormonais após o nascimento do filho. O trabalho atual, publicado na revista Hormones and Behavior, porém, indica que as reações do pai e da mãe podem estar interligadas.

Pesquisadores das universidades da Califórnia, em Los Angeles, do Sul da Califórnia e de Northwestern, nos Estados Unidos, examinaram dados de 149 casais de baixa renda daquele país. As mulheres da amostra tinham entre 18 e 40 anos, e 95% delas viviam com os pais da criança.

As famílias foram visitadas três vezes ao longo do estudo: dois meses após o nascimento do bebê, cerca de nove meses e 15 meses após o parto. Em todas as ocasiões, o pai e a mãe preencheram a questionários. Na segunda visita, os homens também tiveram seus níveis de testosterona medidos de manhã, à tarde e à noite.

Homens que estavam com níveis mais baixos que o normal desse hormônio, associado a agressividade, apresentaram mais sintomas depressivos. Já as mulheres deles apresentaram menos sintomas, e também relataram maior satisfação com o relacionamento, provavelmente porque contavam com maior suporte dos maridos.

Já os pais com testosterona mais elevada que o normal relataram maior nível de estresse com o nascimento do filho e houve mais episódios de agressão contra as parceiras, o que acabou exacerbando os sintomas depressivos das mães.

Para os pesquisadores, assim como as mulheres, homens com depressão pós-parto devem ser tratados. Mas, devido aos resultados, eles acreditam que suplementar a testosterona que está em baixa, nesses pacientes, não é uma boa ideia.

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