Pesquisadores holandeses acompanharam 474 jovens dos 13 aos 18 anos para chegar à conclusão
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h33 - Atualizado às 23h55
A pesquisa acompanhou 474 adolescentes de classe média e alta dos 13 aos 18 anos. Do total, 40% apresentavam tendência a comportamentos como agressividade e delinquência. Os participantes tinham que classificar seu humor diariamente, em um diário on-line, ao longo de três semanas. O ciclo foi repetido nos cinco anos seguintes, totalizando 15 semanas.
De acordo com os pesquisadores, das universidades VU, Ultrecht e Tilburg, a maioria dos casos de alterações de humor melhoram com o passar do tempo. Isso significa que nem sempre é necessário buscar tratamento.
Eles também descobriram que as meninas costumam ter uma variabilidade maior de humor – alternando alegria, raiva e tristeza – do que os garotos.
Para os pesquisadores, parte dessa instabilidade ocorre porque certos fatos são novos para quem entra na adolescência, como viver um romance ou brigar com os pais. Conforme envelhecem, os jovens vão se acostumando com as “fortes emoções”. Os dados foram publicados na revista Child Development.
O único tipo de emoção que não se enquadrou nesse padrão foi a ansiedade. Nesse caso, há um aumento inicial, depois um declínio e, no final da adolescência, um novo aumento. Segundo a equipe, isso ocorre porque há um novo tipo de tensão associado à virada para a idade adulta: terminar a escola e ir para a faculdade, ou conseguir um emprego são sempre motivos de preocupação.
De acordo com o estudo, jovens que não apresentam melhora com a idade devem procurar ajuda. Mas adolescentes de qualquer idade podem tomar essa iniciativa caso as alterações de humor estejam atrapalhando a vida. Afinal, saber que “faz parte” nem sempre diminui o sofrimento.