Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h39 - Atualizado às 23h54
Mulheres são quase duas vezes mais propensas a sofrer de ansiedade dos que homens, especialmente as mais jovens. Mas uma análise da literatura científica existente sobre o assunto mostra que o problema também é mais comum em quem sofre de doenças crônicas e até mesmo na gravidez.
O trabalho, liderado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, avaliou um total de 48 revisões, envolvendo milhares de pessoas em todo o mundo. Eles descobriram que culturas anglo-europeias tendem a sofrer mais com ansiedade do que as indo-asiáticas (as culturas íbero-latinas ficaram no meio do caminho entre as duas).
Outra constatação, publicada na revista Brain and Behavior, é que, além de afetar mais as mulheres, os transtornos de ansiedade tendem a afetar mais indivíduos com menos de 35 anos. As possíveis causas não foram avaliadas no estudo.
Os pesquisadores descobriram que a proporção manteve-se alterada de 1990 a 2010 – cerca de 4% da população geral apresenta sintomas de ansiedade. Isso contradiz a noção geral de que o problema é algo mais comum hoje em dia.
A incidência dobra, no entanto, quando se trata de pessoas com problemas crônicos de saúde. Um em dez indivíduos com doença cardiovascular sofre de ansiedade, bem como um em cada três pessoas com esclerose múltipla.
O estudo também indicou que mulheres grávidas e no pós-parto tendem a sofrer mais de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), um distúrbio de ansiedade que costuma afetar 1% da população. Nas gestantes e nas que acabaram de ter filhos, a proporção foi o dobro.
Só nos Estados Unidos, estima-se que o custo anual com transtornos de ansiedade seja de US$ 42,5 milhões, segundo os autores. O problema pode levar a incapacidade, uso de substâncias e até elevar o risco de suicídio.