Marido de Paulo Gustavo usou as redes para falar sobre os dois meses sem o comediante
Redação Publicado em 05/07/2021, às 09h54
No dia 4 de maio, o ator e humorista Paulo Gustavo faleceu em decorrência da Covid-19. A notícia teve uma repercussão enorme e chocou o Brasil, que perdeu um de seus maiores comediantes.
Agora, dois meses após seu falecimento, seu marido, Thales Bretas, fez um texto no Instagram falando sobre o assunto.
“Exatos dois meses sem a esperança de te reencontrar, de te ver acordar e te receber de braços abertos na nossa família e na nossa casa. Embora tenha ficado quase 2 meses internado, eu conseguia te sentir pertinho, cuidar de você, colocar as músicas que você gostava no ouvido e te fazer um carinho, como fazia toda noite no seu ritual para dormir. Agora eu escuto o silêncio da sua ausência. Ainda mais forte que a sua presença avassaladora. Sempre penso: que sorte a minha ter vivido nesses sete anos o maior amor que eu poderia experimentar! Nosso casamento, nossos filhos, nossa família, nossa rotina… Mas é inevitável pensar também o por quê disso tudo ter sido arrancado da minha vida tão precocemente!”, começou ele.
“Não me sinto injustiçado, porque sei que Deus traz pro mundo e leva de volta quem ele quer e na hora que precisa. Que bom que ele me trouxe você! Mas me sinto, sim, uma das mais de 500.000 famílias brasileiras vítimas de uma pandemia e de um desgoverno avassalador nesse momento tão delicado em que o mundo vive. Quando mais precisamos de empatia, de saúde, de acolhimento, temos piadinhas infames e desrespeito dos que deveriam nos representar.
Agora convivo com a tristeza que faz a falta da sua alegria! Meu coração segue apertado, machucado, mas cicatrizando para amar em dobro nossos dois tesouros, e cuidar da nossa família por nós dois! Onde quer que esteja, receba todo meu amor e gratidão por tudo que foi, é e sempre será para nós! Provavelmente não vai ser aqui, lendo esse Instagram tão mundano, mas quem sabe emano nesse post a energia do amor pro universo?! E você, conectado como é, de certo já tem um e Wi-Fi por aí. Te amo pra sempre!!! Olhai por nós!”, escreveu Thales.
Um pesquisa realizada pela Universidade de Curtin, e publicada no Journal of Pain and Symptom Management, descobriu que pessoas que sofreram com a morte por Covid-19 de algum familiar ou amigo próximo se beneficiariam com apoio ao luto para reduzir o alto risco de apresentar problemas em áreas importantes da vida cotidiana.
Segundo os pesquisadores, o estudo é o primeiro a focar em fatores psicológicos que explicam por que pessoas em luto pelo coronavírus podem experimentar maiores desafios no trabalho, lazer e nos relacionamentos.
Confira:
Foram examinadas pessoas nos Estados Unidos que perderam uma pessoa próxima para a Covid-19. Com os resultados, descobriu-se fatores psicológicos relevantes, como o sofrimento de separação, luto disfuncional e transtorno de estresse pós-traumático. Todos esses aspectos poderiam explicar os problemas enfrentados pelos participantes em áreas importantes da vida.
Pesquisas anteriores já mostraram que o luto pelas mortes durante a pandemia foi sentido de maneira mais profunda e intensa, quando comparado com o de mortes que aconteceram antes desse período e às mortes por outras causas naturais.
Para os estudiosos, esse agravamento do sentimento de luto está fortemente relacionado a todas as restrições adotadas com intuito de evitar contaminação pela Covid-19. O acesso dos familiares aos entes queridos que faleceram foi dificultado, limitando a realização e participação em rituais importantes, como funerais, além de reduzir o apoio social e físico que receberiam de amigos e familiares em condições normais.
Segundo os pesquisadores, o estudo enfatiza e alerta sobre a necessidade de oferecer apoio psicológico para pessoas que atravessam o período de luto, tanto pela Covid-19, como por qualquer outra razão. Uma das sugestões é adotar estratégias de integração dos cuidados psicológicos com cuidados paliativos, facilitando meios eficientes e econômicos de apoiar pessoas que estão lidando com esse sentimento.
Além disso, é importante melhorar a triagem e avaliação dos indivíduos nessa situação e, juntamente com os serviços de apoio, desenvolver melhores terapias, intervenções e contar com maior oferta de especialistas em luto.
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