Atividade física e alimentação saudável: qual é a mais importante?

Pesquisadores examinaram os efeitos da atividade física e da alimentação sobre o risco de mortalidade

Redação Publicado em 13/07/2022, às 16h00

Ser fisicamente ativo e ter uma alimentação de qualidade reduziu em 17% o risco de mortalidade por todas as causas - iStock

Uma nova pesquisa liderada pela Universidade de Sydney (Austrália) e publicada no British Journal of Sports Medicine mostrou que altos níveis de atividade física não neutralizam os efeitos prejudiciais de uma dieta ruim sobre o risco de mortalidade.   

Os pesquisadores analisaram os efeitos independentes da dieta e da atividade física em todas as causas de morte, como doenças cardiovasculares e câncer, usando uma amostra de base populacional de mais de 360 mil adultos britânicos. 

Para o estudo, dieta de alta qualidade foi definida como uma alimentação que incluía, pelo menos, cinco porções de frutas e legumes todos os dias, duas porções de peixe por semana e o menor consumo de carne vermelha, especialmente a processada. 

Um precisa do outro

Os achados revelaram que, para aqueles que apresentavam altos níveis de atividade física e uma dieta de alta qualidade, o risco de mortalidade foi reduzido em 17% em todas as causas, 19% para doenças cardiovasculares e 27% de cânceres selecionados em comparação aos indivíduos com alimentação pior e fisicamente inativos. 

Segundo os pesquisadores, os dados sugerem que tanto a atividade física regular quanto uma dieta saudável desempenham um papel importante na promoção da saúde e da longevidade. Porém, têm um desempenho melhor sobre o risco de mortalidade quando trabalham juntas.

Algumas pessoas podem pensar que seria possível compensar os impactos de uma alimentação ruim com altos níveis de exercício. Ou então compensar os impactos da baixa atividade física com uma dieta de muita qualidade. Mas não é bem assim que acontece.

Se uma pessoa segue uma alimentação não saudável, a resposta do corpo é ganhar peso e, possivelmente, desenvolver problemas como diabetes, obesidade, doenças cardíacas e colesterol alto. Portanto, enquanto a pessoa continuar comendo mal, nenhuma quantidade de exercício poderá diminuir os prejuízos dessa alimentação

Confira:

Como ter uma alimentação mais saudável?

Manter uma alimentação saudável nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente para quem tem uma rotina atribulada. Além disso, o desejo de se alimentar melhor pode resultar em uma dieta muito ambiciosa e restritiva, fazendo com que a pessoa não consiga sustentar essa situação por muito tempo.

Três dicas para comer melhor

1. Mire em comida de verdade

Olhe para o seu prato e perceba o que é ou não processado. Talvez seja toda a refeição (um jantar congelado) ou apenas uma parte dela (molho engarrafado para a salada). Uma boa alternativa é refletir sobre quais produtos industrializados você pode trocar por versões mais saudáveis. Que tal montar um sanduíche natural em vez de abrir um saco de salgadinho? 

Os alimentos processados estão diretamente ligados à inflamação crônica e a outras condições, como doenças cardíacas, diabetes e câncer. Por isso, o ideal é optar por uma dieta rica em produtos naturais, como vegetais, frutas e grãos. 

2. Agende as refeições 

Coloque despertadores no celular para fazer três refeições ao dia e dois lanches (se precisar), e não coma entre os horários programados. Essa organização pode ajudar a reduzir desejos e o estresse de saber quando você comerá de novo. Além disso, também diminui as calorias extras de lanches desnecessários

Evite programar refeições pesadas durante a noite, quando o relógio interno do corpo, conhecido como circadiano, sentir que você já deveria estar dormindo. Isso pode contribuir para o ganho de peso.

3. Reduza as porções 

Vale lembrar que você não precisa incorporar todas etapas ao mesmo tempo e de uma vez. Tente aos poucos, dê um passo por semana. Uma boa sugestão é anotar o que você está comendo e qualquer pensamento ou pergunta que surja sobre o processo. Depois de uma semana, avalie o que funcionou e o que não funcionou.

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