Baby blues e depressão pós-parto: qual é a diferença?

Recentemente, a influencer Bianca Andrade deu uma entrevista à Marie Claire e contou sobre a sua experiência com o puerpério – período após o parto até que o organismo da mulher volte às condições pré-gestação. 

Durante a conversa, Bianca, que deu à luz seu filho Cris, em julho, fruto do relacionamento com o youtuber Fred, revelou que experimentou uma montanha-russa de emoções tanto na gravidez como após o nascimento achando, inclusive, que estava com depressão pós-parto. Porém, na verdade, ela teve o que chamamos de “baby blues”: 

Nós sempre falamos muito do parto, da gravidez em si, mas o puerpério é algo pouco explorado e estou levantando cada vez mais essa bandeira. O meu não foi nada fácil. Para passar por tudo, tive ajuda da minha obstetra, principalmente em questões sobre saúde mental. Cheguei até mesmo a pensar que estava com depressão pós-parto, mas o nome do que eu tive era baby blues, que é um sentimento que as mulheres geralmente têm no puerpério”, contou. 

Baby Blues e depressão pós-parto: tem diferença?

Ter um bebê é uma mudança e tanto na vida de uma mulher. É normal que as mães esperem sentir felicidade com o novo membro da família, mas muitas acabam experimentando sentimentos opostos, como a tristeza. 

Essa situação não é raridade, afinal, após dar à luz, uma mãe tem seus níveis hormonais em queda, o que acaba afetando diretamente o seu humor. Além disso, um recém-nascido demanda muitos cuidados, impactando a qualidade do sono e os níveis de estresse.

De acordo com estudos, o chamado “baby blues” afeta de 80% a 90% das mulheres imediatamente após o parto e é caracterizado como um quadro de variações de humor transitórias causadas por todas as mudanças que acompanham a chegada de um bebê. 

Esses sentimentos, geralmente, têm início quando o recém-nascido tem apenas dois ou três dias de vida, podendo durar até cerca de duas semanas depois do nascimento. Porém, se a tristeza e as oscilações de humor permanecerem por mais tempo ou piorarem ao invés de melhorar, pode ser um quadro mais grave: a depressão pós-parto.

Confira:

• Depressão das mães impacta na relação com bebês, diz estudo
• 4 mitos sobre a depressão pós-parto

Quando é baby blues?

Os principais sintomas do baby blues são:

• Irritabilidade;
• Indisposição e sentimento de sobrecarga;
• Tristeza; 
• Baixa autoestima; 
• Mudanças bruscas de humor;
• Sensação de incapacidade de cuidar do bebê; 

Nesse caso, não há a necessidade de tratamento ou qualquer tipo de medicação. O quadro tende a sumir sozinho após algumas semanas de adaptação à nova realidade. Conheça o que pode ser feito para ajudar a atravessar essa fase:

• Converse com alguém e compartilhe os seus sentimentos;
• Durma o máximo que conseguir e tente descansar enquanto o bebê também dorme;
• Procure ter uma alimentação balanceada;
• Dê uma volta pelo bairro, faça uma caminhada. Exercício e ar fresco podem ajudar;
• Aceite ajuda quando as pessoas oferecem;
• Tente relaxar e concentre-se em você e no seu bebê.

Quando é depressão pós-parto?

Se for um quadro de depressão pós-parto, entre os principais sintomas estão:

• Dificuldade de desenvolver sentimentos amorosos com o bebê e criar um vínculo;
• Mudanças de humor severas;
• Episódios de pânico e de ansiedade;
• Cansaço intenso; 
• Afastamento de amigos e familiares; 
• Alterações no apetite; 
• Falta de higiene da mãe e do bebê; 
• Irritabilidade; 
• Sentimentos de culpa, inutilidade, vergonha e sensação de “não ser capaz”;
• Pensamentos de suicídio ou morte; 
• Falta de concentração; 
• Pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê.

Diferente do baby blues, em que os sintomas melhoram completamente com o tempo, a depressão pós-parto precisa de um tratamento adequado que combina sessões de psicoterapia e medicação. 

Vale lembrar que essa condição, segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), afeta de 10% a 20% das mulheres após o nascimento do bebê.

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