Em áreas com maior desigualdade de renda, só as mulheres são menos propensas a praticar atividade física aeróbica
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h48 - Atualizado às 23h53
Em áreas com maior desigualdade de renda, as mulheres são menos propensas a praticar atividades físicas aeróbicas, como a caminhada, fundamental para a saúde do coração. Mas essa mesma associação não se aplica aos homens, de acordo com um grande estudo feito nos Estados Unidos.
Pesquisadores da Universidade de Oxford analisaram dados de 350 mil adultos norte-americanos, e viram que a maioria não cumpre as 2,5 horas semanais de atividade aeróbica de intensidade moderada preconizadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Até aí, nenhuma novidade. Mas a equipe constatou que nas regiões em que a desigualdade de renda é mais alta, as mulheres têm uma desvantagem ainda maior que os homens.
Os resultados, publicados no Journal of Public Health, mostram que problemas financeiros afetam a saúde dos homens e das mulheres de forma diferente. O fato de trabalhar fora e ainda acumular as tarefas de casa ou o cuidado de alguém faz com que elas tenham maior risco de obesidade e doenças cardiovasculares. Os autores também chamam atenção para o alto número de lares chefiados por mulheres.
No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE, este ano, mostra que o sedentarismo é mais frequente entre as mulheres. De acordo com o instituto, 66% das brasileiras não têm se exercitado, contra 57% dos homens. E quanto menor a renda, maior a tendência à inatividade. Caminhar mais, ou fazer mais exercício, é um desafio para todo mundo. Mas para quem tem jornada tripla é quase uma missão impossível.