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BBB 22: Arthur Aguiar é acusado de gaslighting; entenda o que é

A violência psicológica é praticada para diminuir a autoestima, manipular e controlar a vítima - Reprodução / Globoplay
A violência psicológica é praticada para diminuir a autoestima, manipular e controlar a vítima - Reprodução / Globoplay

Redação Publicado em 09/02/2022, às 15h00

Logo após Arthur Aguiar ter se salvado do paredão do BBB 22, o assunto mais comentado das redes sociais mudou rapidamente. Isso porque Léo Picon – irmão de Jade – estava realizando uma transmissão ao vivo na plataforma quando recebeu um pedido de participação de Maíra Cardi, esposa de Arthur. 

Sem muitos rodeios, a coach fitness foi direto ao ponto e afirmou que a equipe de Jade cometeu um crime compartilhando uma publicação feita pela influencer e psicanalista Manuela Xavier, que acusa Arthur de gaslighting.

Queria falar com você uma coisa bem séria, mas vou aproveitar para falar aqui mesmo. O jogo, nada tem a ver com a vida aqui de fora, a gente sabe. Uma coisa é lá dentro e outra é aqui fora, e o pessoal que administra o perfil da sua irmã fez uma publicação agora a pouco acusando o Arthur de uma doença psíquica muito grave e isso é uma coisa muito grave”, disse ao entrar ao vivo. 

Durante a live, a coach reforçou diversas vezes que a postagem de autoria de Manuela Xavier é caluniosa e, portanto, quando a equipe de Jade Picon compartilha o conteúdo em suas redes sociais, automaticamente estaria compactuando de alguma forma com a acusação. Não demorou muito e o post foi rapidamente excluído da página da participante do BBB 22. 

O que é gaslighting

Diferente do que Maíra falou, o gaslighting não é uma doença psíquica, mas sim uma forma de violência psicológica muito frequente em relacionamentos abusivos.

Consiste na tentativa de manipular uma pessoa a fim de forçá-la a duvidar de suas próprias emoções, pensamentos ou memórias. A vítima pode ser tão pressionada a ponto de duvidar de sua própria sanidade mental.

O termo tem origem em uma peça, que tornou-se um filme em 1944, o “Gaslight” (que inglês significa “luz à gás”). No roteiro, o marido manipulador descobre que, se comprovar a insanidade mental de sua esposa, poderá ficar com toda a fortuna dela. A partir disso, ele dá início a uma série de torturas psicológicas para convencê-la de que ela enlouqueceu. No longa, uma das táticas do marido consiste em apagar e acender diversas vezes as luzes da casa para confundir a mulher.

Confira:

O gaslighting pode ser intencional ou não, e pode ocorrer não apenas em relacionamentos românticos, mas também entre amigos, familiares ou no ambiente profissional. No contexto amoroso, porém, as consequências para a vítima podem ser mais graves, já que intimidade, confiança e sexo estão envolvidos.

Neste tipo de abuso, também são frequentes as falsas demonstrações de melhora e arrependimento por parte do parceiro. Isto porque, para manter a vítima sob seu controle, o abusador costuma dar pequenas doses de esperança de um relacionamento melhor no futuro.

Um outro indicativo importante é a postura do abusador quanto ao futuro da vítima. Em geral, ele costuma menosprezar seus planos para o futuro, dizendo que são bobagens, que seus planos não irão se concretizar ou que ela não é capaz de nada sozinha, ainda que de maneira sutil. A solução para todos esses “empecilhos” costuma ser o abusador, que se vende como uma figura inteligente, que resolve todos os problemas e é o salvador da pátria.

O gaslighting pode vir acompanhado ou não de outras formas de abuso, como traições, possessividade, violência física e até mesmo castração financeira.

Como identificar?

Esta forma de violência pode ser sutil e, às vezes, demora para ser identificada. Veja algumas frases, expressões e atitudes que são manifestações típicas de gaslighting:

  • “Você está exagerando”;
  • “Você precisa de ajuda”;
  • “Eu não fiz isso”;
  • “Você está chateada por nada”;
  • “Se acalma, vai”;
  • “Você é tão dramática”;
  • “Por que você está tão defensiva?”;
  • “A culpa é sua”;
  • “Você é tão sensível”;
  • “Para de imaginar coisas”;
  • “Eu só estava brincando”;
  • “Ah claro, agora você vai com pena de si mesma”;
  • “Você não sabe? A família toda fala de você, todos acham que você está ficando doida”;
  • “Eu nunca disse que iria passar no mercado. Do que você está falando? Agora, graças a você, a gente não tem nem o que jantar”;
  • “Você está louca. Eu nunca fui nesse lugar com você. Para de inventar coisas”.

De acordo com Robin Stern, PhD e autor do livro “O Efeito do Gaslight: Como identificar e sobreviver à manipulação oculta que outros usam para controlar sua vida”, algumas sensações podem indicar que você tem sido submetida a esse tipo de abuso:

  • Você não se sente mais como a pessoa que costumava ser;
  • Sente-se mais ansiosa e menos confiante do que antes;
  • Frequentemente você se pergunta se está sendo sensível demais;
  • Você sente que tudo o que faz é errado;
  • Sempre está pensando que a culpa é sua quando algo dá errado;
  • Pede desculpas o tempo todo;
  • Tem a sensação de que algo está errado, mas não sabe dizer o quê;
  • Pensa bastante antes de responder algo ao seu parceiro;
  • Arruma desculpas para o comportamento do seu parceiro;
  • Evita dar informações a amigos ou familiares para evitar confrontos com seu parceiro;
  • Sente-se isolada dos amigos e da família;
  • Começa a sentir uma enorme dificuldade em tomar decisões;
  • Você se sente sem esperança e pouco ou nenhum prazer em atividades que antes você gostava.

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