Estudo mostra que discriminação gera um estresse adicional a esse grupo
Redação Publicado em 26/01/2023, às 17h00
Jovens classificados como bissexuais não apenas usam derivados da cannabis, como a maconha, com mais frequência, mas também são mais propensos a usar essas substâncias para lidar com problemas de saúde mental.
O estudo recente, um dos primeiros a examinar quantitativamente os motivos para o uso de cannabis entre minorias sexuais, foi coordenado por psicólogos da Universidade do Estado de Washington.
A equipe analisou dados de quase 4.700 estudantes universitários nos EUA, com idades entre 18 e 30 anos. Entre os integrantes, 23% foram classificados como bissexuais após indicarem que não se sentiam atraídos exclusivamente por um gênero. Também foram avaliados os principais motivos para o uso.
O grupo classificado como bissexual era mais propenso a relatar o uso de cannabis para se sentir melhor psicologicamente e para lidar com problemas de saúde mental, em comparação com grupos classificados exclusivamente como gays ou heterossexuais.
Esse grupo também relatou níveis mais altos de problemas de saúde mental, como ansiedade social e generalizada, depressão e ideias suicidas, resultado que combina com os de estudos anteriores.
Pessoas que fazem parte de minorias sexuais são mais propensas a enfrentar estresse adicional por conta da discriminação experimentada no dia a dia.
Para bissexuais, isso pode ser ainda mais intenso, visto que essa discriminação às vezes também vem de grupos homossexuais. Tudo isso pode ter reflexo na saúde mental, como essas pesquisas têm mostrado. Para os autores, todos esses dados podem ajudar a melhorar as intervenções para ajudar esses indivíduos.
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