Redação Publicado em 16/06/2021, às 14h00
Desde a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, o brasileiro entristeceu. Pelo menos é o que sugere a pesquisa “Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia” realizada pela FGV Social, centro de políticas sociais da Fundação Getúlio Vargas.
De acordo com os dados do levantamento, 2020 registrou o menor índice de felicidade média da população brasileira em 15 anos – essa medição foi iniciada em 2006. Através de notas de avaliação de satisfação com a vida em uma escala de zero a dez, a média foi de 6,1, uma queda de 0,4 pontos em relação ao ano anterior.
A pesquisa comparou ainda o Brasil com outros 40 países, como Áustria, China e Zimbábue. A pandemia afetou o dia a dia das pessoas ao redor de todo o mundo, mas a redução brasileira foi a maior registrada em comparação aos demais.
Para se ter uma ideia, a nota de satisfação da vida presente do brasileiro caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. Porém, no resto do planeta, esse índice ficou estagnado durante a pandemia (em torno de 6,0).
O estudo da FGV também traz dados específicos de bem-estar relacionados às emoções, especialmente aos sentimentos de raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. No caso da raiva, por exemplo, houve um aumento de 19% em 2019 para 24% em 2020, uma alteração de cinco pontos percentuais. No mundo, esse avanço foi de apenas 0,8%.
Algo parecido aconteceu com a preocupação (3,6%), o estresse (2,9%) e a tristeza (2,2%) no Brasil. Esses dados mostram que todos os indicadores de bem-estar considerados pelo estudo pioraram no país durante o período de pandemia em comparação à média das 40 demais nações.
Confira:
Não é novidade que o Brasil é um país desigual - e essa desigualdade também tem impacto na felicidade. Segundo a pesquisa, os brasileiros com rendas mais baixas ficaram mais infelizes. Entre os 40% mais pobres, a queda foi de 0,8 ponto enquanto no grupo dos 20% mais ricos foi registrado um pequeno aumento de 0,1. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda era de 7,9% em 2019 e subiu para 25,5%.
Além disso, a renda média da população brasileira foi do maior ao menor nível da série histórica. De janeiro a março de 2020, ela bateu recorde com R$ 1.122. Porém, em menos de um ano, esse número caiu 11,3%, atingindo o menor índice de R$ 995. Foi a primeira vez que a renda média ficou abaixo de mil reais mensais em dez anos.
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