Cármen Guaresemin Publicado em 23/03/2022, às 13h00
O verão terminou e muita gente pode aproveitar que agora o corpo começa a ficar menos exposto para fazer procedimentos estéticos. Um que está em alta é o chamado “bumbum care”, tratamento de skincare da região glútea. A rotina de cuidados tem chamado atenção das redes sociais e do mercado de cosméticos, e cada vez mais o tratamento caseiro pode ser potencializado com ajuda das novas tecnologias no mercado de estética.
A cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que, antes de tudo, devemos lembrar que não existe um bumbum perfeito, o que existem são ideais de beleza que não precisam, necessariamente, serem seguidos, afinal, cada uma de nós possui uma genética própria e um padrão de corpo individual. O importante, então, é obtermos a nossa melhor versão, tratando aquelas alterações que nos causam desconforto estético para melhorar a autoestima e o bem-estar, mas sem tentar se encaixar em um padrão de beleza pré-estabelecido.
A questão é que há uma série de alterações estéticas que podem prejudicar a aparência dos glúteos e causar desconforto, incluindo desde falta de volume até o surgimento de celulite, com cada uma delas possuindo causas e tratamentos específicos. “Portanto, não existe um único procedimento milagroso capaz de tratar todas as alterações nos glúteos. O tratamento então deve ser individualizado e personalizado para endereçar as reclamações de cada paciente”, diz a médica.
Aline Caniçais, fisioterapeuta dermatofuncional da HTM Eletrônica, conta que o bumbum sempre foi tendência em procedimentos estéticos, pois, especialmente no Brasil, é tido como símbolo de sensualidade. Porém, sem alguns cuidados, pode perder volume, ter um contorno indefinido, celulite e estrias, entre outros incômodos. É uma área do corpo que requer mais atenção. Cada bumbum é diferente e bonito à sua maneira, mas para deixá-lo em dia é preciso alguns cuidados e existem boas opções de tratamento. De acordo com a especialista, a hidratação e a esfoliação são os primeiros passos para quem quer começar a cuidar melhor desta região.
Para ajudar quem deseja dar um "up" no bumbum e alcançar uma melhor versão, confira essas indicações:
Essencial para deixar o skincare em dia, especialmente porque essa região do corpo passa boa parte do tempo abafada e em atrito com as roupas, favorecendo problemas como a foliculite (inflamação no folículo do pelo). A esfoliação renova as células, eliminando as que estão mortas e estimulando as novas. Há inúmeros produtos disponíveis no mercado e opções caseiras também podem ajudar.
Um bumbum empinado e bonito também depende de exercícios físicos. Eles ajudam na força muscular e melhoram a circulação local, auxiliando a melhora da celulite. Além disso, podem ajudar na postura e na sustentação dos quadris. A combinação de treinos com eletroterapia pode otimizar esses resultados. O uso de aparelhos de correntes excitomotoras sobre regiões específicas do corpo prometem promover aumento do tônus e da força na musculatura trabalhada.
Também é indicada nas clínicas de estética para deixar os glúteos mais modelados. Feita com movimentos intensos sobre a pele, a técnica modela o tecido subcutâneo e auxilia a eliminação de toxinas. É indicada para melhora do contorno e da celulite. A automassagem também traz benefícios e há diversos tutoriais na internet que ensinam a fazê-la.
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Outro recurso que pode auxiliar na estética dessa parte do corpo, sendo indicado para o tratamento de celulite e gordura localizada. Sua aplicação melhora a circulação, diminui inflamações e nódulos de celulite. Alguns equipamentos podem ajudar nesses resultados e ainda atuam na diminuição de flacidez de pele e estrias.
Existem protocolos para deixar o bumbum lisinho e levantado, que combinam tecnologias que afetam diretamente os músculos do glúteo por meio de contrações contínuas e intensas, com aplicações de um bioestimulador injetável à base de ácido poli-L-láctico que melhora a flacidez e a celulite do bumbum por meio da síntese das fibras de colágeno. Os resultados não são imediatos e o número de sessões pode variar caso a caso.
Além da musculatura, a presença de flacidez da pele e gordura localizada na região dos glúteos também são causas importantes do bumbum caído, prejudicando significativamente a definição do contorno da região. E uma das reclamações mais comuns nesse sentido é a temida "bananinha". Também chamada de banana fold, em inglês, consiste naquela gordurinha localizada que se forma logo abaixo do sulco do bumbum, sendo resultado da combinação entre o acúmulo de gordura localizada e a flacidez, que ocorre quando há alteração das fibras de colágeno na pele.
Beatriz explica que, para devolver firmeza à pele, é possível optar por procedimentos como os bioestimuladores, substâncias injetáveis que geram uma inflamação local para estimular a síntese de colágeno, ou o ultrassom micro e macrofocado, que, por meio de ondas, consegue aquecer as camadas mais profundas da pele, consequentemente estimulando a produção de novas fibras de colágeno.
Ela explica que a gordura pode ser combatida, por exemplo, com a aplicação de emptiers, substâncias aplicadas na pele para dissolver a gordura quimicamente, ou sessões de radiofrequências, que aquece as células de gordura para destruí-las. Em casos mais graves, no entanto, pode ser necessária intervenção cirurgia por meio da lipoescultura, quando a gordura é lipoaspirada de certas áreas para ser enxertada em outras, assim sendo reposicionada para melhorar o contorno da região.
A biomédica pós-graduada em Saúde Estética, Ana Clara Brathwaite, aponta que os bioestimuladores de colágeno podem ser usados no glúteo para melhorar celulite, flacidez e dar volume, aumentando o tamanho do bumbum. Trata-se de uma substância injetável que fica até 18 meses estimulando a produção de colágeno. Como é uma aplicação corporal, em uma sessão o resultado é muito sutil, então, o ideal é que se façam três sessões, principalmente se o desejo for aumentar o volume do glúteo. Ele é realizado com cânula e com anestesia injetável com o botão anestésico no local. É um procedimento praticamente indolor, apesar da anestesia causar uma pequena ardência, mas é bem tranquilo e confortável.
Após a sessão, o paciente pode perceber inchaço, edema ou vermelhidão porque o procedimento gera um processo inflamatório e é esse processo que estimula a produção de colágeno. Os resultados são perceptíveis a partir de 30 dias e são cumulativos. A aparência final é percebida a partir do quarto mês, depois de finalizadas as três sessões, mas a evolução continua de maneira progressiva e o resultado melhora ao longo do tempo.
A biomédica lembra que o principal benefício é conseguir aumentar o volume dos glúteos de maneira mais natural e segura, sem colocar a saúde do paciente em risco, porque são injetados materiais biocompatíveis, e não aqueles que causam problemas, como o hidrogel. Segundo ela, a recuperação é bem tranquila e não é necessário se afastar das atividades diárias. O indicado são 24 horas sem atividades físicas para não aumentar o inchaço e evitar a necessidade de anti-inflamatório porque é a resposta adequada do corpo que vai garantir o resultado com melhor durabilidade.
Para potencializar e manter os resultados alcançados, é fundamental combiná-los à adoção de um estilo de vida saudável, alimentando-se bem, ingerindo bastante água e praticando exercícios físicos. É importante sempre que decidir fazer algum procedimento procurar por profissionais idôneos em suas áreas de atuação. Os sites de instituições médicas e estéticas ajudam a fazer essas pesquisas.
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