Café não aumenta risco de problemas cardíacos, sugere pesquisa

Estudo mostra que não há ligação entre o consumo moderado de café e arritmia cardíaca em pessoas sem predisposição

Redação Publicado em 20/07/2021, às 18h00

O café é a principal fonte de cafeína para a grande maioria das pessoas - iStock

Em um artigo publicado na JAMA Internal Medicine, pesquisadores da Universidade da Califórnia (Estados Unidos) revelaram que não encontraram evidências de que o consumo moderado de café possa causar arritmia cardíaca. 

O estudo mostrou ainda que cada xícara diária adicional de café consumida estava associada a um risco 3% menor de qualquer arritmia ocorrer, incluindo fibrilação atrial, contrações ventriculares prematuras e outras condições comuns. 

De acordo com os pesquisadores, o café é a principal fonte de cafeína para a grande maioria das pessoas e tem uma reputação de causar ou aumentar os riscos de arritmias. Entretanto, não foi isso que os dados mostraram. 

Para eles, parar o consumo de cafeína com objetivo de reduzir as chances de arritmia é uma atitude injustificada; na verdade, o café pode ter benefícios anti-inflamatórios, estando associado a riscos reduzidos de desenvolver algumas doenças, como câncer, diabetes e doença de Parkinson. 

Mais de 300.000 participantes

No estudo, os autores exploraram se a ingestão habitual de café estava associada a um risco de arritmia e se as variantes genéticas que afetam o metabolismo da cafeína poderiam modificar essa relação. 

Foram analisados 386.258 consumidores de café, com média de idade de 56 anos, sendo mais da metade do sexo feminino (52,3%).

Confira, aqui, sete fatos sobre a cafeína

Confira:

Vale destacar que, além da análise que examina se o consumo de café é um preditor de futuras arritmias, os pesquisadores também analisaram variantes genéticas. Dessa forma, a análise forneceu um método para testar a relação entre cafeína e arritmia sem que dependesse do auto-relato dos participantes. 

Sem evidências de maior risco

Com um acompanhamento médio de quatro anos, os achados mostraram que aproximadamente 4% das pessoas desenvolveram uma arritmia. Porém, não foram observadas evidências de um risco aumentado entre quem não tinha predisposição genética. 

Após o ajuste de acordo com as características demográficas, hábitos de saúde e estilo de vida, cada xícara adicional de café habitual consumida foi associada a um risco 3% menor de arritmia incidente. 

Segundo a equipe envolvida, as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias do café podem ser protetoras contra alguns tipos de arritmias

Veja também:

cafeína café arritmia cardíaca

Leia também

Subir escadas traz benefícios para pacientes cardíacos, diz pesquisa


Ataques cardíacos em mulheres são subestimados por médicos, diz estudo


Garotos e garotas reagem de maneira diferente à ingestão de cafeína


Genética pode explicar hábitos de consumo de café