Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h24 - Atualizado às 23h56
Cientistas das universidades de Granada, na Espanha, e de Washington, nos Estados Unidos, afirmam que a esquizofrenia não é uma doença única, mas que existem oito tipos geneticamente diferentes da doença.
A descoberta, publicada pela revista científica American Journal of Psychiatry, pode ser um passo importante para diagnosticar e tratar melhor essa enfermidade, que afeta cerca de 1% da população mundial.
Os pesquisadores já sabiam que cerca de 80% do risco de sofrer esquizofrenia era hereditário, mas a ciência vinha lutando para identificar genes específicos capazes de deflagrar o transtorno.
Na atual pesquisa, que contou com 4.196 pacientes com o diagnóstico, foram identificadas diferentes redes de genes que contribuem para os tipos da doença. Outros 3.200 indivíduos saudáveis participaram do grupo de controle.
De acordo com Igor Zwir, um dos autores, os genes não atuam de forma isolada, mas trabalham juntos, como numa orquestra, em pessoas saudáveis, ou de maneira desorganizada, nos casos dos indivíduos com esquizofrenia.
Cada um dos oito tipos identificados têm manifestações típicas, como alucinações e delírios ou discurso e comportamento desorganizados, por exemplo.
Enquanto genes individuais apresentam associações fracas com a doença, as redes de interação entre grupos de genes representam um risco de 70 a 100% de sofrer de esquizofrenia.