Redação Publicado em 03/11/2021, às 17h00
À medida que as mulheres envelhecem, o risco de doenças cardiovasculares é maior do que em homens devido à diminuição dos níveis de estrogênio, que regula a função vascular. Como resultado, pesquisas buscam entender melhor quais são os fatores de risco.
Um novo estudo publicado na revista Menopause, da Sociedade Norte-americana de Menopausa (NAMS) sugere que comer só pode contribuir para um aumento do risco de doenças cardíacas em mulheres mais velhas.
Como parte do esforço global para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, há uma crescente conscientização sobre a importância dos hábitos alimentares saudáveis. Porém, qual o impacto de ter (ou não) uma pessoa como companhia na hora da refeição?
Mudanças recentes na sociedade mostram que mais do que nunca existem pessoas comendo sozinhas. Entre as principais razões estão o aumento dos domicílios individuais e o isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, que restringiu ainda mais as refeições na companhia de outras pessoas.
Confira:
Além disso, as plataformas para serviços de entrega de alimentos tornaram-se mais populares, motivando os indivíduos a comerem sozinhos.
A grande questão é que esse aumento também provoca o crescimento da preocupação com a saúde. Um estudo anterior relatou que comer só com mais frequência está associado a um maior risco de obesidade abdominal e pressão arterial elevada.
Ao fazer refeições sem companhia, as pessoas tendem a comer mais rápido, o que, muitas vezes, leva ao aumento do índice de massa corporal (IMC), da circunferência da cintura e dos níveis dos lipídios no sangue. Tudo isso eleva os riscos de síndrome metabólica e de doenças cardiovasculares.
Comer só pode afetar ainda a saúde mental e tem sido relatado como um fator de risco para a depressão, que também está ligada a chances aumentadas de desenvolver doenças cardiovasculares.
Para esse estudo, os pesquisadores contaram com a participação de 600 mulheres na menopausa com mais de 65 anos. Foi feita uma comparação dos comportamentos de saúde e estado nutricional das que comiam sozinhas e daquelas que faziam refeições acompanhadas.
O principal objetivo era investigar a relação entre comer só com a prevalência das doenças cardiovasculares e os fatores de risco em mulheres na menopausa.
Com base nos resultados, os autores descobriram que as mulheres mais velhas que comiam sozinhas tinham menor conhecimento nutricional e ingestão. De forma mais específica, elas tinham uma ingestão reduzida de energia, carboidratos, fibras dietéticas, sódio e potássio em comparação com aquelas que comiam acompanhadas.
Além disso, as participantes que faziam refeições sozinhas apresentaram 2,58 vezes mais chances de ter angina, um tipo de dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração e um sintoma de doença arterial coronariana.
Para os pesquisadores, os resultados da pesquisa não são surpreendentes, já que níveis socioeconômicos mais baixos e o isolamento social contribuem para uma menor qualidade de vida, maiores taxas de depressão e piora da saúde.
Entretanto, visto que as mulheres tendem a viver mais do que os homens, encontrar maneiras de incentivar aquelas socialmente isoladas a se engajarem e criarem laços sociais significativos pode não apenas melhorar sua nutrição, mas também sua saúde geral e, ao mesmo tempo, reduzir os custos de saúde.
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