Redação Publicado em 11/03/2021, às 15h43
As diretrizes alimentares infantis precisam mudar e incluir orientações mais práticas sobre as melhores maneiras de incentivar crianças a consumirem vegetais. Pelo menos é o que defendem os especialistas do Caring Futures Institute, da Universidade de Flinders (Austrália).
Segundo um estudo de saúde australiano, apenas 6% das crianças entre 2 e 17 anos comem a porção recomendada de vegetais e, portanto, é fundamental elaborar recomendações personalizadas sobre como oferecer esse tipo de alimento a crianças através da exposição repetida e aumento da variedade diária.
O artigo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, sugere que 10 ou mais apresentações a um vegetal específico quando a criança tem entre 6 meses e 5 anos pode aumentar as chances de os pequenos apreciarem o alimento e consumirem uma quantidade maior.
Apesar de a estratégia de expor repetidamente crianças pequenas aos vegetais não ser uma novidade, ainda existe uma lacuna entre essas evidências e os conselhos alimentares.
De acordo com os pesquisadores, as preferências alimentares são estabelecidas nos primeiros cinco anos de vida de uma criança. Sendo assim, é extremamente importante incentivar e estabelecer comportamentos alimentares saudáveis de forma precoce e, com isso, apoiar o crescimento, desenvolvimento e melhores hábitos alimentares.
É comprovado que a falta do consumo de verduras e hortaliças ao longo da vida pode gerar efeitos negativos na saúde, incluindo o aumento do risco de doenças crônicas, obesidade e sobrepeso. Por isso, é fundamental oferecer diversos vegetais às crianças desde cedo - ervilhas, cenouras, brócolis etc - o que ajudará na aceitação de uma variedade maior.
A revisão incluiu pesquisas internacionais sobre estratégias sensoriais e comportamentais que ajudam crianças a gostar de certos alimentos, inclusive vegetais.
Esse projeto analisou onze artigos para determinar a eficácia da estratégia, e entre eles estava a exposição repetida e a variedade de vegetais, para as quais foram encontradas evidências promissoras.
Outros indícios também foram observados e podem auxiliar na incorporação dos vegetais na alimentação das crianças:
O relatório destaca, ainda, que gostar ou não de vegetais também pode estar relacionado a ligações estabelecidas antes de uma criança nascer.
Segundo os pesquisadores, parece que a dieta materna desempenha uma influência no paladar dos filhos. Isso porque, através da exposição dos sabores dos vegetais ainda no útero, pode levar ao aumento das chances daquela criança gostar e comer esse tipo de alimento futuramente. O mesmo vale para a dieta das mães durante o período de amamentação.