A condição afeta aproximadamente 1% da população mundial acima dos 65 anos
Milena Alvarez Publicado em 12/08/2021, às 19h00
Nesta semana o Brasil se despediu de Paulo José, uma figura marcante da teledramaturgia brasileira. O ator faleceu aos 84 anos em decorrência de uma pneumonia e conviveu por mais de duas décadas com a doença de Parkinson.
Essa condição neurodegenerativa atinge a área do cérebro responsável pelo controle dos movimentos do corpo, provocando rigidez dos músculos e lentidão dos movimentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1% da população mundial acima dos 65 anos conviva com a doença - no Brasil são cerca de 200 mil pessoas.
Muitas pessoas podem pensar que, ao ter um diagnóstico de Parkinson, elas também estão recebendo uma “sentença de morte”. Mas não é bem assim. Para explicar melhor essa questão, separamos três mitos sobre a doença:
Ninguém morre de Parkinson e sim com Parkinson. Em outras palavras, a mortalidade de pessoas diagnosticadas com a doença está relacionada a complicações decorrentes.
Por exemplo, um parkinsoniano tem a função da deglutição comprometida – dificuldade de engolir – , o que acaba aumentando as chances de desenvolver uma pneumonia por aspiração de alimentos (ou da própria saliva) e, dependendo do estágio da doença, pode resultar na morte. Foi exatamente isso que aconteceu com Paulo José.
É importante ressaltar que, apesar do Parkinson ainda não ter cura, é uma doença na qual os sintomas e a progressão do quadro podem ser amenizados e controlados através do tratamento adequado. Com a ajuda de medicamentos, da fisioterapia e fonoaudiologia, de uma boa alimentação e acesso ao acompanhamento psicológico, a pessoa pode ter uma vida com mais qualidade e independência.
Por ser uma doença neurodegenerativa e progressiva crônica, o Parkinson acompanha a pessoa pelo resto da vida. Não existe uma média exata de tempo para ela se desenvolver e atingir o último estágio, mas, atualmente, com o avanço da ciência e dos tratamentos, um parkinsoniano pode conviver com a condição por 15 anos ou mais.
Confira:
O sintoma mais característico da doença de Parkinson é o tremor, que pode ocorrer nas mãos, braços, pernas, mandíbula ou cabeça. A grande maioria das pessoas associa esse sintoma ao pensar na doença, entretanto, ele é apenas um dos indícios.
Um dos primeiros sinais são as quedas frequentes. Com a instabilidade postural e a lentidão dos movimentos provocadas pela neurodegeneração, há o aumento dos tropeços em um indivíduo com Parkinson. Além disso, acontece a perda da expressão facial e a rigidez muscular (a impressão de a musculatura estar sempre muito contraída).
Em pessoas mais velhas, também pode aparecer a chamada lentidão cognitiva, na qual o indivíduo demora mais para pensar e, consequentemente, leva um tempo maior para iniciar uma ação. Na prática, o indivíduo se percebe mais lento, com dificuldades de levantar de uma cadeira, acaba arrastando os pés ao caminhar ou tem menos agilidade na hora de se vestir, por exemplo.
Em geral, o Parkinson afeta indivíduos mais velhos, a partir dos 60 anos. Mas uma parcela de 15% a 20% de todos os portadores começam a apresentar os sintomas antes dos 40 anos. Nesses casos, a doença é classificada como Parkinson precoce.
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