Conversas sobre saúde mental cresceram 41% no Twitter durante a pandemia

Desde o início da pandemia, o Twitter registrou um aumento de 41% nas conversas diárias sobre saúde mental, estresse e autocuidado. É o que mostra um

Jairo Bouer Publicado em 26/09/2020, às 14h01

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Desde o início da pandemia, o Twitter registrou um aumento de 41% nas conversas diárias sobre saúde mental, estresse e autocuidado. É o que mostra um levantamento divulgado nesta sexta-feira (25) com dados colhidos na plataforma durante o primeiro semestre de 2020.

De acordo com Beatriz Montenegro, analista de pesquisa, marketing insights e analytics do Twitter Brasil, o resultado mostra como as pessoas vêm se sentindo por conta de todos os desafios enfrentados com o isolamento social e suas consequências. “Também houve um crescimento de 13% no uso de palavras ligadas a humor e emoções para se expressar quando comparado ao período pré-pandemia”, diz Beatriz.

Montanha-russa emocional

A flutuação do humor, ou seja, “acordar sorrindo, dormir chorando e ainda passar pelas mais diversas emoções durante o mesmo dia ou até hora”, foi uma característica percebida nos usuários. Como toda situação que causa estresse, a pandemia tem gerado emoções intensas e oscilantes. E essa montanha-russa pode ser verificada pelos emojis mais utilizados durante o isolamento: a figura que representa “gritar” teve aumento de 411%, e a do palhaço, 334%. O rosto que pede, com olhos arregalados, e o rosto triste também foram mais utilizados, com crescimento de aproximadamente 95%.

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Ritmo diferente

A pesquisa também constatou que o ritmo de algumas pessoas mudou. Mesmo com o isolamento tendo chegado sem aviso, e promovendo uma série de mudanças não programadas, as pessoas passaram a apreciar esse ritmo mais lento e demonstraram a intenção de permanecer em rotinas menos frenéticas no futuro.

Coisas simples da vida

O levantamento aida mostra um aumento dos Tweets declarando a apreciação das coisas simples da vida, como o nascer do sol e a natureza – a plataforma registrou um aumento de 46% de menções relacionadas a estes temas. Além disso, mesmo com as telas ainda ditando o modo como vivemos e trabalhamos, o número de pessoas praticando atividades analógicas como jardinagem, culinária e leitura, entre outros, aumentou. Houve um crescimento de 41% nas pessoas que afirmam estar lendo mais neste período, e conversas diárias sobre jardinagem e casa aumentaram sete vezes.

Preocupação com dinheiro

O impacto financeiro da pandemia de Covid-19, claro, também foi muito comentada na plataforma. O levantamento apontou que boa parte das pessoas tiveram suas fontes de renda bastante impactadas; 40% com horas de trabalho reduzidas, e 59% se sentido inseguras ou muito inseguras em relação a suas finanças pessoais nos próximos 6 meses.

Contradições no consumo

As opiniões que circularam no Twitter durante a pandemia se mostraram mais extremadas e contraditórias. Ao mesmo tempo que as prioridades mudaram, as expectativas ainda são bem altas em relação a nós mesmos, figuras públicas e marcas.

Mesmo apoiando os negócios locais, as compras em sites de grandes redes aumentaram como nunca. As conversas sobre mudança climática foram menos frequentes, e a ameaça do vírus fez com que muitos, que antes eram contra, passassem a aceitar o uso de plástico descartável em luvas ou copos, por exemplo.

Outro comportamento contraditório observado pelos pesquisadores foi em relação aos entregadores de comida. Enquanto foram registrados mais de 300 mil Tweets apoiando o Breque dos Apps (movimento criado pelos entregadores em busca de melhores condições de trabalho), 42% das pessoas dizem ter aumentado o uso de aplicativos de delivery durante a pandemia, e pretendem manter o hábito depois do isolamento.

(Da Redação do Site do Dr. Jairo Bouer)

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