A pandemia de Covid-19 interrompeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países em todo o mundo, justo agora que a demanda aumentou ainda mais. O
Da Redação Publicado em 05/10/2020, às 19h07 - Atualizado às 19h23
A pandemia de Covid-19 interrompeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países em todo o mundo, justo agora que a demanda aumentou ainda mais. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), após pesquisa realizada de junho a agosto em 130 países, incluindo o Brasil. Veja alguns pontos preocupantes desse levantamento:
– Mais de 60% dos países relataram interrupções nos serviços de saúde mental para pessoas vulneráveis, incluindo crianças e adolescentes (72%), adultos mais velhos (70%) e mulheres que precisam de serviços pré-natais ou pós-natais (61%).
– Cerca de três quartos dos países relataram interrupções parciais nos serviços de saúde mental na escola e no local de trabalho (78% e 75% respectivamente).
– 67% viram interrupções no aconselhamento e psicoterapia; 65% nos serviços críticos de redução de danos; e 45% nos tratamentos para dependência de opioide.
– Mais de um terço (35%) relatou interrupções nas intervenções de emergência, incluindo aquelas para pessoas que tiveram convulsões prolongadas; síndromes de abstinência de uso grave de substâncias; e delírio, geralmente um sinal de uma condição médica pré-existente grave.
– 30% relataram interrupções no acesso a medicamentos para transtornos mentais, neurológicos e uso de substâncias.
– Embora 89% dos países tenham relatado na pesquisa que a saúde mental e o apoio psicossocial fazem parte de seus planos nacionais de resposta à COVID-19, apenas 17% desses países têm financiamento adicional total para cobrir essas atividades.
– Mais de 80% dos países de alta renda relataram a implantação de telemedicina e teleterapia para preencher lacunas na saúde mental, em comparação com menos de 50% dos países de baixa renda.
A pesquisa foi publicada antes do Grande Evento para Saúde Mental da OMS, que reunirá líderes mundiais, celebridades e defensores no dia 10, para pedir mais investimentos em saúde mental após a Covid-19.
A OMS já tinha criticado a falta de financiamento crônica para a saúde mental antes da pandemia. Mas agora, a demanda aumentou ainda mais: luto, isolamento e perda de renda agravam transtornos existentes e geram quadros novos. Vários estudos têm revelado queixas em relação a insônia, ansiedade e abuso de álcool e algumas drogas nos últimos meses.
É importante lembrar que investir em saúde mental também é importante para evitar perdas financeiras. Estimativas pré-pandemia revelam que cerca de US$ 1 trilhão em produtividade econômica é perdido anualmente apenas com a depressão e a ansiedade.
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