Um estudo feito em cinco países, inclusive no Brasil, mostra que o isolamento social por causa da Covid-19 mexeu bastante com a alimentação de crianças e
Da Redação Publicado em 19/11/2020, às 15h58
Um estudo feito em cinco países, inclusive no Brasil, mostra que o isolamento social por causa da Covid-19 mexeu bastante com a alimentação de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos de idade. A ingestão de doces e frituras aumentou, mas eles consumiram mais frutas e hortaliças e menos fast food (comida rápida) durante a quarentena, por passarem mais tempo em casa.
O trabalho, publicado no periódico científico Nutrients, teve participação de pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de brasileiros, participaram jovens que vivem na Espanha, na Itália, na Colômbia e no Chile.
O lado positivo do confinamento: 43% dos adolescentes consumiram vegetais todos os dias. Antes da pandemia, a proporção era de 35,2%. Além disso, 33,2% ingeriram pelo menos uma porção de fruta, sendo que antes da Covid-19 a média era de 25,5%.
Segundo as pesquisadoras, esses resultados não chegaram a causar surpresa, porque muita gente teve mais tempo de cozinhar em casa com o isolamento. Elas observam, ainda, que os jovens brasileiros já tinham uma dieta um pouco mais saudável que a dos outros países analisados.
Mas é bom lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que todo mundo consuma ao menos cinco porções de frutas e vegetais todos os dias. Então dá para ver que muitos adolescentes continuam longe do mínimo recomendado, independente da pandemia.
Outra boa notícia é que, segundo o levantamento, o consumo de fast food foi bastante reduzido. Antes da quarentena, 44,6% ingeriam esse tipo de lanche menos de uma vez por semana. Com o confinamento, a proporção aumentou para 64%.
Por outro lado, a proporção de adolescentes que consumiam doces todos os dias passou de 14%, antes da pandemia, para 20,7% no isolamento. A ingestão de fritura, como salgadinhos, também aumentou. Do total dos jovens entrevistados, 7,4% comiam esses alimentos quatro vezes por semana, antes da pandemia, e 2,1%, todos os dias. No confinamento, os números passaram para 8,8% e 2,9%.
As pesquisadoras dizem que esses dados reforçam resultados anteriores que já sugeriam a influência do estresse e do tédio da quarentena nos padrões alimentares dos jovens. Lembrando que doce e gordura em excesso eleva o risco de obesidade, diabetes e doenças do coração no futuro.
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