Jairo Bouer Publicado em 14/07/2020, às 20h05 - Atualizado às 20h22
Ansiedade, irritação, pesadelos e sono irregular são algumas queixas comuns citadas quando a gente pergunta qual o impacto que a Covid-19 trouxe para a rotina das pessoas. Não é todo mundo que gosta de espalhar por aí o que tem acontecido embaixo dos lençóis, mas, de acordo com algumas pesquisas, esse aspecto da vida foi abalado também.
Uma delas, que contou com 1.559 adultos, revela que a qualidade da vida sexual piorou para 44% deles. A maioria dos participantes tinha cerca de 34 anos de idade. Os resultados, publicados no periódico Leisure Sciences, indicam que a frequência do sexo e até da masturbação diminuiu durante a pandemia, em relação ao ano anterior.
Por outro lado, esse impacto trouxe um efeito colateral interessante: um em cada cinco entrevistados disse ter experimentado alguma atividade nova relacionada ao sexo. Entre as novidades incluídas no cardápio, a mais relatada foi tentar uma posição diferente. Também aparecem na lista práticas como sexting, compartilhar fantasias, ver pornografia, fazer sexo virtual ou se masturbar diante da câmera.
Os questionários respondidos mostram que o estresse foi o principal motivador da busca por uma atividade inédita. Ou seja: usar a criatividade foi o mecanismo encontrado para lidar com os impactos negativos da pandemia. E a estratégia parece ter dado certo: essas pessoas foram três vezes mais propensas a dizer que a tentativa trouxe avanços para a vida sexual.
Para os autores do estudo, liderados pelo pesquisador Justin Lehmiller, do Instituto Kinsey, houve, sim, um envolvimento maior da tecnologia nas práticas sexuais. Mas, pelas informações que eles coletaram, isso não foi tão gratificante para as pessoas quanto o sexo de verdade. Será que a internet vai permanecer na rotina depois que a pandemia acabar? Só o tempo dirá.