Cuidado com o impulso na hora de comprar

A pandemia tem modificado os hábitos de consumo e algumas tendências podem ter chegado para ficar. As compras físicas diminuíram, bem como o gasto com

Jairo Bouer Publicado em 19/05/2020, às 13h39

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A pandemia tem modificado os hábitos de consumo e algumas tendências podem ter chegado para ficar. As compras físicas diminuíram, bem como o gasto com restaurantes e cinema, mas isso não quer dizer que as pessoas não estejam gastando dinheiro. Comprar pela internet virou necessidade para muitos, e a migração para esse novo ambiente de consumo pode trazer novas tentações para quem já tem a tendência de gastar o que não tem.

Uma pesquisa conduzida pela OnePoll, nos EUA, a pedido da plataforma de vendas Slickdeals, mostrou que os consumidores daquele país têm feito 18% mais compras por impulso por causa do isolamento social. Cerca de 25% dizem ter adquirido algum mimo para si, e 18% investiram em melhorias para casa (com o trabalho remoto, surgem novas necessidades…).

Outra pesquisa, feita pela Credit Karma, uma empresa que faz análise de crédito, indicou que 35% dos norte-americanos admitiram terem comprado algo por impulso recentemente por causa do estresse deflagrado pela pandemia.

No Brasil, dados da plataforma Mercado Livre também mostraram que a América Latina registrou um crescimento de 28% de fevereiro a março, em relação ao mesmo período no ano passado. A região sempre comprou menos pela internet que outros países, e muitos especialistas acreditam que o e-commerce deve ser incorporado de vez por esses consumidores.

Ainda que muita gente deteste a ideia de comprar produtos sem experimentar, tocar ou testar, a ansiedade costuma ser um gatilho comum para comportamentos que trazem algum tipo de prazer imediato, como comer, jogar ou beber. As compras compulsivas, chamada pelos médicos de “oniomania”, é um transtorno mental que afeta cerca de 5% da população.

Claro que nem todos que exageram nos gastos estão doentes. Existem alguns critérios para estabelecer o diagnóstico, como a preocupação excessiva com o tema, a sensação de perder o controle toda vez que compra algo, tentativas frustradas de diminuir o consumo e, o mais importante: prejuízos financeiros, emocionais e até nos relacionamentos por causa do comportamento. Se você chegou nesse estágio, é muito importante que procure a ajuda de um psiquiatra.

Se você ainda não acumula perdas, mas está preocupado com gastos recentes que foram desnecessários, aqui vão algumas dicas:

– Não gaste o dinheiro que ainda não está na sua conta. O conselho deve ser seguido sempre, mas principalmente nesta fase crítica, em que o futuro da economia é incerto

– Se você não tem controle sobre o cartão de crédito, peça ajuda para alguém de sua confiança. Faça uma lista dos itens necessários e peça para essa pessoa fazer as compras por você.

– Antes de dar o clique para concluir a compra, espere um dia ou mais. Avalie se você precisa mesmo daquele item num outro momento, depois de ter descansado ou discutido a ideia com alguém.

– Sites de notícias e redes sociais estão repletos de anúncios baseados nas pesquisas que você faz. Por isso, fica mais difícil resistir à tentação. Tente diminuir o tempo gasto na internet.

– Sono e cansaço são inimigos do autocontrole. Por isso, dormir bem, fazer atividade física regular e buscar distrações saudáveis são importantes para quem precisa vencer alguma tentação.

Para saber mais:

https://www.prnewswire.com/news-releases/americans-increased-impulse-spending-by-18-percent-during-the-covid-19-pandemic-according-to-new-survey-commissioned-by-slickdeals-301055530.html

https://www.creditkarma.com/insights/i/coronavirus-stress-spending-survey/

https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2020/05/04/pandemia-acelera-compras-online-na-america-latina.htm

https://www.proamiti.com.br/comprascompulsivas

 

*Do blog do Jairo no UOL

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