Em estudo da Fiocruz, o vírus foi detectado em um ou mais animais de metade dos domicílios avaliados
Redação Publicado em 08/05/2021, às 14h41
Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alerta para a frequência com que o vírus Sars-Cov-2 pode ser transmitido para animais de estimação. O trabalho também sugere que bichos castrados podem ser mais suscetíveis à infecção.
A equipe do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) acompanhou 21 pacientes com Covid-19 na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e avaliou a presença do vírus em 39 cães e gatos que conviviam com esses indivíduos.
A pesquisa foi realizada entre maio e outubro do ano passado, e publicada recentemente no periódico internacional Plos One.
Após a confirmação dos casos humanos, foram coletadas amostras nasofaríngeas e retais dos animais de estimação envolvidos, além de amostras de sangue para avaliar a presença de anticorpos contra o vírus.
Vírus encontrado em um ou mais animais de quase metade dos 21 domicílios analisados – nove cães e quatro gatos. Os resultados positivos do exame RT-PCR surgiram entre 11 e 51 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas nos respectivos tutores.
Apenas metade dos animais infectados apresentou sinais clínicos leves e reversíveis associados à Covid-19. Outros casos relatados mundialmente têm indicado que os bichos apresentam quantidades baixas do vírus. Isso talvez explique por que não há comprovação de que cães e gatos possam transmitir esse vírus para seres humanos.
Estudos anteriores já haviam indicado que gatos são mais suscetíveis à infecção do que os cães, e que eles podem transmitir o vírus para outros gatos. Mas ainda não se sabe se um cachorro é capaz de infectar outro.
Para os autores, os resultados chamam atenção para a importância do distanciamento social de pessoas infectadas inclusive de seus animais de estimação. Eles também observaram que dividir a cama com o cão ou o gato aumenta o risco de transmissão.
De toda forma, testar positivo não significa que você deve abandonar o seu amigo de quatro patas. Basta tomar os seguintes cuidados, segundo a Fiocruz:
- manipular os animais com luva e máscara, e evitar beijá-los;
- higienizar as mãos antes e depois de acariciá-los;
- manter os animais isolados em casa (assim como os tutores infectados). Caso não seja possível ficar sem passear com o bicho, é importante mantê-los longe de outros animais e pessoas;
- recolher as fezes com luvas e higienizar as mãos logo em seguida;
- limpar as áreas que os animais frequentam com desinfetante (amônia quaternária ou hipoclorito de sódio a 1%);
- vale destacar que não há recomendação de colocar máscara nem aplicar álcool em gel nos animais de estimação; essa última medida pode até causar lesões no seu amigo peludo.
Veja também:
Estudo indica que quem trabalha de noite tem mais chance de ter Covid-19
Covid-19: queda de cabelo é um dos efeitos tardios da doença
Síndrome pós Covid-19: sintomas podem persistir por um bom tempo
Covid-19: taxas de infecção mãe-bebê são baixas, mas há outros riscos